As Forças Armadas já designaram mais de 18 mil militares para atuar na Operação Covid-19, desencadeada contra os efeitos da pandemia de coronavírus no Brasil. Isso representa quase o dobro do contingente inicial nessa tarefa, que era de 10 mil militares em 24 de março. Crescimento de mais de 80% em uma semana.
Os militares atuam em 10 Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional. São utilizadas cerca de 700 viaturas e 40 embarcações. Entre as ações estão a descontaminação de trens e metrôs, reconhecimento para emprego de Defesa Biológica, Nuclear, Química e Radiológica (BQRN) e apoio a equipes de saúde e laboratórios militares. No Distrito Federal, por exemplo, equipes do Exército realizaram desinfecção de hospitais, por meio de técnicas desenvolvidas em unidades de guerra bacteriológica.
Uma das possibilidades estudadas pelo Comando Militar do Sul (CMS) é a montagem de 70 cozinhas de campanha, móveis. Cada uma delas tem capacidade de fazer até 400 refeições, de forma simultânea. Uma das possibilidades é que sejam deslocadas para as estradas, em auxílio de caminhoneiros, que têm enfrentado carência de comida pelo fechamento de restaurantes.
Na Região Sul já foram implementados, entre outros esforços:
— Montagem de barracas para triagem de possíveis casos de contaminação viral, em frente a hospitais e postos de saúde de Porto Alegre. Ainda não há previsão de montagem de hospitais de campanha (unidades hospitalares utilizadas em locais de calamidade pública).
— Apoio em fiscalização e cordões sanitários em toda a fronteira, com destaque para as cidades próximas ao Uruguai (Jaguarão, Santana do Livramento, Quaraí), para impedir ingresso de estrangeiros e triar possíveis infectados.
— Distribuição de lanches a caminhoneiros em Santa Vitória do Palmar, próximo à fronteira uruguaia.
— Empréstimo de geradores de energia para emergências para auxiliar num hospital temporário montado pela prefeitura de Lages (SC).
— Ainda em Santa Catarina, campanha de conscientização sobre medidas de proteção ao contágio, com a entrega de panfletos para a população, e na aduana de cargas de Dionísio Cerqueira, município que faz fronteira com a Argentina.
Outros locais:
Região Sudeste
— Em Campinas, São Paulo, os militares iniciaram campanha de doação de sangue para aumentar os estoques do Hemocentro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
— Em Guarulhos, é realizado apoio ao Centro de Combate, local onde é feita a triagem de pessoas com suspeita de infecção pelo coronavírus. Lá, os militares contribuem por meio da cooperação com o controle do trânsito local, bem como informando a população sobre as formas de prevenir o contágio.
— No Rio de Janeiro foi montado um Hospital de Campanha.
Região Norte
— Descontaminação de terminal rodoviário e do aeroporto em Belém (PA).
— A Marinha realizou inspeções em diversos rios do Amazonas, fiscalizando barcos e verificando temperatura e sintomas de passageiros.
Região Centro-Oeste
—No Distrito Federal, o Centro Tecnológico dos Fuzileiros Navais produziu protetores faciais para profissionais da saúde, a partir de impressoras 3D. É a máscara-escudo, para evitar contaminação provocada por espirros, por exemplo.
— Em Campo Grande foi montado um Hospital de Campanha.
Região Nordeste
— Descontaminação da Rodoviária de Natal (RN), como prevenção e enfrentamento ao coronavírus.
— Em Aracaju (SE), equipes do Exército auxiliaram a prefeitura com a distribuição de alimentos em escolas municipais. Os militares cooperaram com a organização e com a segurança dos locais de entrega de kits de merenda escolar. A intenção é que os alunos recebam o alimento durante o período em que as aulas estão suspensas.
— Em São Luís (MA), militares realizaram ações preventivas em asilos.
- No Recife, foi montado um Hospital de Campanha.