O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira (30), esperar que o Rio Grande do Sul "volte à normalidade o mais rapidamente possível". A declaração, dada em transmissão pelo Facebook, ocorreu no dia em que o chefe do Executivo esteve em Porto Alegre para posse do general Valério Stumpf Trindade como novo chefe do Comando Militar do Sul (CMS). O vice Hamilton Mourão o acompanhou na visita.
Pela internet, Bolsonaro criticou o fechamento de comércios na Capital em "um dia normal" e falou sobre o plano de distanciamento controlado apresentado por Eduardo Leite à tarde.
— Hoje, do aeroporto em Porto Alegre até o Comando Militar do Sul, vi 90% do comércio fechado. Estavam abertos padaria, açougue, mais coisas essenciais. O resto tudo fechado, em plena quinta-feira, um dia normal — afirmou.
— O governador Eduardo Leite falou que está com um plano agora de começar a abrir (o comércio) a partir de segunda-feira, um plano bastante estudado. Espero que dê certo, espero que o Rio Grande do Sul volte à normalidade o mais rapidamente possível. Até porque 70% da população vai ser infectada (no país).
O plano contempla a liberação gradual de atividades empresariais e passará a vigorar na semana que vem. O RS foi um dos Estados que mais cedo estabeleceu regras de isolamento social para conter o coronavírus.
Ao anunciar as medidas nesta quinta, também em uma live, Leite criticou Bolsonaro.
— O presidente falou (na quarta-feira) que as mortes estão na conta dos governadores. De fato, esta é uma conta dos governadores. Não fossem os governadores, a conta seria maior. Não fossem os governadores, teria mais mortes, infelizmente, no país. Que bom que governadores e prefeitos estão tomando conta de suas populações. Que bom se ele também tomasse conta da população. Infelizmente, as manifestações recentes dele não dão esta impressão da mesma preocupação com a vida.
Como Leite, desde o início da pandemia, a maioria dos governadores optou pelas medidas de restrição, o que é criticado por Bolsonaro.
— Pelo que estamos vendo agora, todo o empenho para achatar a curva praticamente foi inútil. Agora, consequência disso, o desemprego — disse o presidente durante a transmissão.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e especialistas em infectologia e epidemiologia, os números seriam muito maiores sem o distanciamento social.