A proliferação do coronavírus no Brasil pode levar as pessoas a procurarem remédios, alimentos ou produtos para reforçar o sistema imunológico, com o objetivo de obter mais resistência a doenças. Especialistas, contudo, alertam que não é possível ampliar as defesas do corpo. A melhor maneira de evitar uma contaminação, asseguram, é seguir as recomendações de prevenção.
— Não há como a gente aumentar as defesas. Às vezes, a pessoa entra na farmácia e tem um monte de produtos prometendo melhorar o sistema imunológico, mas nada disso funciona — avisa o chefe do Serviço de Imunologia do Hospital de Clínicas, Luiz Fernando Jobim.
De acordo com o médico, para pessoas com doenças mais graves, o indicado é o uso de imunoglobina endovenosa. O tratamento se baseia na injeção, no paciente, de anticorpos extraídos do sangue de doadores. A substância está em falta na rede pública e só é usada com prescrição médica.
Para uma pessoa saudável, afirma o médico, a melhor coisa a fazer é se vacinar contra a gripe. A vacina não evita o coronavírus, mas facilita o diagnóstico caso surjam sintomas, já que a imunização praticamente descarta a possibilidade de a pessoa estar infectada com o Influenza, o vírus da gripe comum.
O entendimento é compartilhado pelo clínico-geral Leonardo Fernandez. Médico da Santa Casa Porto Alegre, ele sugere a manutenção de hábitos de vida saudáveis e evitar o tabagismo, o sedentarismo e a obesidade.
— Uma hidratação adequada, alimentação controlada, seguir o calendário vacinal, tudo isso ajuda. Não existem fármacos para melhorar a imunidade. O importante é se cuidar — sentencia Fernandez.
Chefe do Serviço de Infectologia do Hospital São Lucas da PUC, Fabiano Ramos orienta a população idosa ou que já tem alguma doença crônica, como diabetes, a seguir rigorosamente o tratamento. Um organismo já combalido por outra enfermidade, avisa, se torna mais vulnerável ao covid-19. Os três especialistas também sugerem que integrantes dos grupos evitem sair na rua sem necessidade, sobretudo em locais com grandes aglomerações de pessoas.
Mapa do coronavírus
Acompanhe a evolução dos casos por meio da ferramenta criada pela Universidade Johns Hopkins: