Correção: são 14,9 milhões de testes para diagnosticar casos graves e por amostragem de casos leves, e não 10 milhões como publicado 17h40min e 18h19min. O texto já foi corrigido.
O Ministério da Saúde anunciou, nesta terça-feira (24), que o número de casos confirmados de coronavírus no Brasil subiu para 2.201. São 46 mortes pela doença no país, todas elas na região Sudeste. Dos óbitos, 40 aconteceram em São Paulo e 6 no Rio de Janeiro. A taxa de letalidade em SP chega a 4,9% dos casos confirmados. O Estado lidera o número de confirmações, com 810.
O Ministério não informa o número de casos em investigação por considerar que o país inteiro se encontra em transmissão comunitária — ou seja, quando não é possível identificar a origem do vírus e, diz que, por isso, qualquer um com sintomas gripais é um caso suspeito.
Em entrevista coletiva, o ministério também informou que pretende ampliar o número de testes para profissionais da saúde e da segurança.
Segundo o governo federal, o objetivo é colocar em operação 22,9 milhões de testes, 8 milhões de testes rápidos para garantir a segurança e proteção desses profissionais e outros 14,9 milhões para diagnosticar casos graves internados e por amostragem de casos leves em unidades sentinela para monitoramento da epidemia.
Serão entregues ao Ministério da Saúde dois tipos diferentes de testes: aqueles que detectam o vírus na amostra (RT-PCR) e outros que verificam a resposta do organismo ao vírus (teste rápido de sorologia, quando são verificados os anticorpos, na resposta imunológica do corpo ao microorganismo invasor).
Um novo protocolo está sendo definido para testar os casos mais leves nos postos de saúde ou unidades volantes. A ideia é utilizar a estratégia para cidades com mais de 500 mil habitantes e pode ser uma ferramenta, por exemplo, para conter surtos, isolando os pacientes infectados pelo Covid-19. Nos próximos três meses, ainda, o Ministério da Saúde irá ampliar a Rede Sentinela de Vigilância de Síndrome Gripal, que monitora a doença no país. A expectativa é que o número de estabelecimentos que fazem a coleta de amostras para vigilância aumente de 168 para 500 unidades em todos os Estados.
O governo tem sofrido pressão para ampliação da testagem de possíveis casos da Covid-19. O número atual de testes já distribuídos a laboratórios dos Estados é de 30 mil, montante considerado insuficiente.
Nos últimos dias, a pasta vem ampliando progressivamente os anúncios de oferta de testes à população. Apesar da ampliação, representantes da pasta dizem que o volume ainda não deve ser suficiente para atender toda a população que poderá apresentar sintomas. Por isso, o ministério deve manter por algum tempo a opção de testar apenas casos graves sugestivos de Covid-19, como pacientes internados em hospitais.
O que diz o ministério sobre os testes
Para identificar o coronavírus são utilizados dois métodos diferentes de testes e ambos são rápidos. Contudo, um deles (RT-PCR em tempo real) necessita que o exame seja realizado em laboratório com uso de equipamentos. O segundo é um teste rápido sorológico para detecção de anticorpos (IgM/IgG) e pode ser feito até mesmo nos postos de saúde ou unidades volantes.
1 - RT-PCR (biologia molecular) – o teste identifica o vírus no período em que está agindo no organismo. Desse tipo, foram comprados ou doados 14,9 milhões de testes, sendo 3 milhões adquiridos por meio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); 1,3 milhão comprado de empresas privadas; 600 mil de doação da Petrobrás; e 10 milhões, que ainda estão em negociação e deverão ser adquiridos no mercado nacional e internacional.
O uso desses testes é feito para diagnosticar casos graves internados. Além disso é utilizado na Rede Sentinela, ou seja, para acompanhar a evolução da doença no Brasil, como os sintomas dos casos mais graves associados ao vírus.
Assim, para a vigilância, os testes são feitos em casos graves e amostragem de casos leves, como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
2 - Testes rápidos (sorologia) – o teste verifica a resposta do sistema imunológico ao vírus. Desse tipo, foram doados pela Vale do Rio Doce (5 milhões) e outros 3 milhões de testes foram comprados por meio da Fiocruz. Eles serão utilizados entre os profissionais de saúde e segurança para garantir a segurança e proteção deles.