Com o objetivo de auxiliar na promoção turística de diferentes destinos do Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual de Turismo (Setur) solicitou cerca de R$ 90 milhões ao governo federal. O setor também foi impactado pela tragédia climática e é considerado uma peça fundamental para a reconstrução da economia gaúcha. O pedido, encaminhado ao Ministério do Turismo no final de junho, foi assinado em conjunto com o governador Eduardo Leite e prevê a distribuição dos recursos entre todas as festas previstas para ocorrer no Estado a partir deste mês.
De acordo com o secretário de Turismo em exercício, Luiz Fernando Rodriguez Júnior, o Ministério do Turismo já vem apoiando eventos em outros Estados brasileiros, como Amazonas e Pará. Por isso, se diz esperançoso em relação à resposta do pedido. Zero Hora entrou em contato com a pasta federal para verificar se a solicitação já foi avaliada e se há alguma previsão sobre quando o repasse será feito, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.
O secretário destaca que a manutenção do calendário de festas é muito importante e significativa para a retomada da economia no Rio Grande do Sul:
— Vem para o aquecimento dessa possibilidade de que os eventos tragam fluxo de turistas para apoiar desde o prestador de serviços até a rede de hotelaria e gastronomia. Se conseguirmos criar esse calendário, tenho total certeza de que vamos dinamizar essa retomada da economia do Estado pelo setor de turismo e eventos. Estou esperançoso e tenho as melhores expectativas de que o ministério vai compreender a importância disso para o nosso Estado.
Como exemplo dos eventos que seriam beneficiados com os recursos, Luiz Fernando cita a Fenadoce, em Pelotas, que precisou ser adiada em função do avanço da água na região e, agora, deve ocorrer entre 17 de julho e 4 de agosto. As festividades relacionadas aos 200 anos da imigração alemã, o Festival de Cinema de Gramado e a Expointer também estão nessa lista.
— A Expointer é um evento agropecuário, mas 90% do que ocorre dentro dela é turismo de negócios, impactando pessoas que moram a mais de 40 quilômetros de distância do local de realização do evento. Em setembro, também poderemos dar uma dimensão turística aos Festejos Farroupilhas para receber o Brasil e mostrar toda a nossa hospitalidade. Em outubro, começam as Oktoberfests e queremos fazê-las na maioria das cidades que tenham essa característica da imigração alemã — comenta.
O secretário também ressalta que cada real gasto com eventos chega a trazer uma repercussão até 10 vezes maior na cadeia direta, sem contar os impactos indiretos. Aponta, ainda, que os recursos não irão para cidades específicas, mas sim para todos os segmentos envolvidos nas festas.
Além da solicitação de recursos, a Setur está elaborando, em conjunto com a Secretaria de Comunicação do Estado (Secom), uma campanha de promoção turística, com o objetivo de mostrar a excelência dos equipamentos turísticos gaúchos e sua capacidade de receber pessoas de todas as regiões. Com o Aeroporto Internacional Salgado Filho ainda fechado, o foco será no aquecimento do turismo rodoviário, atingindo pessoas que estão em um raio de 600 quilômetros.
— Temos certeza de que esse calendário vai ter uma dimensão muito grande, mas precisamos muito desses recursos. A promoção turística é uma forma de resgatarmos a economia no Estado — enfatiza Luiz Fernando.