
O Programa Voa Brasil , que vai oferecer 1,5 milhão de passagens a R$ 200 por trecho, será lançado oficialmente em agosto pelo governo federal. Márcio França, ministro de Portos e Aeroportos, durante uma palestra na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), na quinta-feira (13), explicou como vai funcionar o programa, quem poderá participar e a projeção de adequar os aeroportos para receber mais passageiros.
De acordo com a apresentação feita pelo ministro, o acesso ao programa será feito através do CPF, para que o governo possa verificar se a pessoa viajou de avião nos últimos 12 meses. Não ter voado será a primeira exigência para participar do Voa Brasil.
— O objetivo é trazer as pessoas que não voaram neste período, então o programa tem esse primeiro corte inicial. A intenção é trazer esses 90% da população que não está voando. Vamos iniciar com aposentados, pensionistas, eventualmente servidores públicos— esclareceu França.
Após ser lançado, os interessados devem acessar o site do programa, que ainda não está no ar, e digitar o CPF. O governo vai informar se a pessoa realizou alguma viagem aérea em menos de 12 meses. Caso não tenha viajado, o cidadão será direcionado para os aplicativos das companhias aéreas – que terão um espaço específico para o programa dentro de suas plataformas —, e então a pessoa vai indicar para onde deseja viajar dentro das opções disponíveis.
Como vai funcionar
O ministro confirmou que as empresas Latam, Gol e Azul já confirmaram adesão ao programa. E que cada pessoa poderá usufruir de quatro trechos, por ano, com valor de R$ 200 cada. O preço, segundo França, foi sugerido pelas empresas aéreas e as opções de passagem serão disponibilizadas para os meses com menor movimento, chamados de período de ociosidade como: março, abril, maio, agosto, setembro, outubro e novembro.
— Por exemplo, a pessoa quer ir do Rio de Janeiro para Recife, então o programa vai informar as opções existentes para esse trecho dentro desses meses intermediários . Cada trecho vai custar R$ 200 para ir e o mesmo valor para voltar. Cada pessoa só pode comprar quatro trechos, portanto, a pessoa pode ir acompanhada por alguém e assim adquirir as passagens.
Além disso, França ressaltou que o benefício será destinado para os voos que estiverem disponíveis dentro desse período, ou seja, a pessoa não vai poder escolher qualquer trecho e mês para viajar.
Recursos
Sobre os custos que o programa terá para o executivo, o ministro garantiu que nenhum recurso público será utilizado, mas sim a ocupação dos voos de forma integral, em que as passagens que não forem vendidas serão destinadas ao programa.
— O que será usado são os assentos vazios das empresas e uma informação que só o governo tem, quem são as pessoas que não viajaram nos últimos 12 meses. Com isso, é possível que se tenha uma grande procura por passagens e isso vai permitir que os voos saiam lotados, e com isso teremos mais voos e como consequência o aumento nos aeroportos regionais— destacou o ministro.
Preparação dos aeroportos
O programa vai ter a capacidade de ofertar 1,5 milhão de bilhetes aéreos, embora a disponibilidade deva ocorrer de forma gradual. A ociosidade dos voos domésticos é de 21% em média, segundo o representante da pasta. A ideia é que o programa esteja operando totalmente em um ano. Se espera, em agosto, testar com 5%, depois com 10% e 15% até chegar aos 21% de todos os voos.
França disse ainda, que os grandes aeroportos do Brasil são concessionados e possuem uma taxa de embarque, e que a intenção do governo é convencer essas concessionárias a devolver, através de cashback, uma parte dessa taxa para que o passageiro beneficiado pelo programa possa consumir em algum serviço do aeroporto ou no transporte para chegar ao local do embarque.
— É muita gente nova que não voa, e não só porque não tem dinheiro, mas também por ter o constrangimento de não saber se locomover dentro do aeroporto, de realizar o check-in. Então, precisaremos preparar os aeroportos para isso também— afirmou o ministro.