A alta do número de casos de covid-19 e influenza em todo o país tem impactado os voos e as operações da Azul Linhas Aéreas. A companhia vem sendo afetada, sobretudo, pela falta de tripulantes, redução do número de passageiros e aumento de despesas médicas.
De acordo com dados da Agência Nacional de Transporte Aéreo (Anac), a Azul é a empresa líder em transporte de passageiros no Brasil nos últimos 12 meses. No entanto, com o aumento das doenças virais, pelo menos 17 voos tiveram uma drástica redução do número de passageiros em razão da falta de tripulantes. Devido a isso, surgiu a necessidade de reacomodação de cerca de 250 passageiros para outras aeronaves.
Um comunicado interno da companhia aérea que foi obtido pelo portal de notícias G1 revela que em 12 voos com aviões modelo Airbus A320, o número máximo de passageiros sofreu uma redução de 24 lugares— 150 assentos permitidos de um total de 174. Já em cinco voos com os modelos Embraer E-195, com capacidade para 118 pessoas, foram liberados 100 lugares.
Outro problema enfrentado pela Azul é o gasto com despesas médicas em decorrência da necessidade de isolamento de tripulantes com sintomas gripais de covid-19 ou influenza. Segundo o presidente da companhia área, John Rodgerson, não houve nenhuma internação de tripulantes porque toda equipe está vacinada e cumprindo os protocolos sanitários.
"Nos últimos dias, começamos a ser afetados por um alto número de dispensas médicas, tanto no grupo de voo quanto em nossos times de solo, Azulcenter [central de atendimento da empresa] e demais áreas administrativas. Por conta disso, os próximos dias serão mais desafiadores para nossa operação como um todo e já começamos a realizar alguns ajustes para enfrentar essa situação", disse Rodgerson em comunicado.
Segundo a assessoria de imprensa da Azul, os clientes impactados estão sendo notificados das alterações nos voos e informados sobre a realocação em outras aeronaves da companhia. A resolução 400 da Anac também ampara os clientes, obrigando que as companhias áreas informem aos passageiros sobre eventuais trocas de voos com no mínimo 72 horas de antecedência e ofereçam a alternativa de reacomodação ou reembolso integral do valor pago.
O avanço da variante Ômicron também tem levado a atrasos ou cancelamentos de voos devido à necessidade de isolar tripulantes potencialmente infectados. Os casos aconteceram em grande parte nos aeroportos dos Estados Unidos e da China nos períodos entre o Natal e o Ano-Novo. Com base no levantamento feito pelo site FlightAware, mais de 3,6 mil voos foram cancelados em 2 de janeiro.