Diante das medidas adotadas para conter o avanço do coronavírus e da baixa confiança do consumidor, o turismo mundial vive o pior ano da sua história em 2020, conforme avaliação da Organização Mundial do Turismo (OMT). Segundo dados mais recentes da entidade, divulgados na quinta-feira (17), o setor sofreu consequências "sem precedentes" e se encaminha para retroceder ao nível da década de 1990.
À luz dos dados atuais, a OMT prevê queda em torno de 75% nas chegadas internacionais para 2020 como um todo. Nesse caso, o turismo mundial terá regredido aos níveis de 30 anos atrás, com 1 bilhão de chegadas a menos e uma perda de aproximadamente US$ 1,1 trilhão na receita do turismo internacional. O cenário representa uma perda econômica de US$ 2 trilhões no PIB mundial.
Ainda de acordo com a OMT, entre janeiro e outubro de 2020, os destinos internacionais receberam 900 milhões de turistas a menos em relação ao mesmo período do ano passado. Os números representam uma perda de receita de US$ 935 bilhões no turismo internacional — perda 10 vezes maior do que a ocorrida em 2009 em decorrência da crise econômica mundial.
A Ásia, primeira região a adotar restrições de viagens devido à pandemia, registrou uma redução de 82% nas chegadas durante os primeiros 10 meses de 2020. Na América Latina e na América do Norte, o recuo foi de 81%.
A Europa registrou quedas inferiores a 72% e 76% em setembro e outubro, em relação às demais regiões do mundo. No entanto, a região é a que tem maior número de destinos (91%) desde 1º de novembro de 2020. No Oriente Médio, a queda foi de 73%, enquanto na África foi de 69%.
"Desde o início desta crise, a OMC forneceu a governos e empresas dados confiáveis que refletem as consequências sem precedentes da covid-19 no turismo global. Embora a notícia da vacina tenha aumentado a confiança do turista, ainda há um longo caminho para a recuperação", avaliou Zurab Pololikashvili, secretário-geral da OMC, por meio de nota.