Na seção Seu Olhar, os leitores do caderno Viagem compartilham suas experiências em destinos pelo mundo de acordo com desafios propostos por ZH semanalmente. Confira mais desafios.
"História e recomeço", por Miguel Mantovani Dalla Coletta
A Polônia viveu épocas sombrias, principalmente na II Guerra Mundial, com a perseguição aos judeus e, mais tarde, com o regime soviético. O país foi destruído, mas as coisas por lá mudaram e, atualmente, é um destino que muito tem a oferecer.
A capital, Varsóvia, é uma cidade onde a vida pulsa: são cafés, bares, restaurantes com mesas nas calçadas e vida noturna ativa. Destaque para a Cidade Velha, com suas casas coloridas reconstruídas após a guerra, Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco. Outros pontos importantes para visitação são o Monumento aos Heróis do Gueto, o Castelo Real, de 1619, em arquitetura barroca, o Palácio da Cultura e Ciência, com seus 237 metros de altura, e a Igreja de Santa Ana, que começou a ser construída em 1454.
Ainda na capital polonesa, pode-se fazer um roteiro para relembrar a história da guerra. O tour inclui o Museu do Levante de Varsóvia, o Museu da Insurreição, o Museu da História dos Judeus Poloneses, os pedaços que restaram do muro do gueto e o Cemitério Judeu.
De Varsóvia, pega-se um trem rumo a Cracóvia (antiga capital) e, de lá, outro trem para Auschwitz, uma rede de campos de concentração localizados na cidade de Oswiecim. Na chegada a Auschwitz I, encontra-se um portão com os dizeres Arbeit Macht Frei (“trabalho traz liberdade” ou “o trabalho liberta”) em letras de ferro fundido, o que soa irônico no antigo campo de concentração, que nada mais era do que uma fábrica da morte.
Uma caminhada pelos alojamentos, rodeados por guaritas e cercas de arame farpado, é muito triste, mas essencial para entender um dos episódios mais sombrios e repugnantes da história da humanidade.
As câmaras de gás, os crematórios, o paredão, os pertences tirados dos prisioneiros, as montanhas de cabelos, os trilhos do trem passando a entrada do pórtico principal, que chegavam abarrotados de judeus – tudo faz parte de uma história terrível que deve ser lembrada para que nunca mais ocorra.
Perfil
Miguel Mantovani Dalla Coletta, 42 anos, é arquiteto e urbanista em Porto Alegre. Esteve na Polônia em março de 2014
Outros relatos de leitores
"Quem viaja para a Cracóvia, cidade de João Paulo II, não pode deixar de visitar os campos de concentração de Auschwitz e Auschwitz-Birkenau. O complexo foi o maior de todos aqueles criados pelo regime nazista. Nos dois campos principais, os prisioneiros eram distribuídos para trabalhos forçados e, por um longo período, um deles também funcionou como campo de execuções. É uma visita impactante para conhecer os horrores da perseguição e do massacre ao ser humano. Sem motivos para sorrir, apenas esperamos que esses erros, que vitimaram mais de 1,5 milhão de pessoas, jamais voltem a acontecer."
Giscard Stephanou
De Porto Alegre, em outubro de 2014
"Varsóvia é a capital da Polônia, mas Cracóvia é o principal destino turístico: diferentemente da primeira, que foi intensamente destruída na guerra, a segunda passou praticamente intacta. Caminhar por lá é encantador. São diversos atrativos como museus, passeios de carruagem, igrejas, concertos, restaurantes de comida regional e internacional, cafés, lojas de doces, suvenires, bares e discotecas.
Esta foto foi tirada na Praça do Mercado de Cracóvia, mais importante praça do país e também a maior praça medieval da Europa. Ao passar um tempo por lá, você pode escutar a melodia hejnal – tocada por um trompetista –, que soa a cada hora da mais alta das torres da Basílica de Santa Maria. Além da basílica, estão localizados na praça o Mercado de Tecidos, a Torre da Antiga Prefeitura e a Igreja de São Adalberto. "
Victor Hugo Lenz, Michele dos Anjos e Maria Victória Lenz
De Bento Gonçalves, em fevereiro de 2018