A poucos minutos do movimento intenso da Marginal do Rio Pinheiros, em São Paulo, fica o hotel mais caro do Brasil. Ainda assim, em meio ao cenário urbano da cidade mais populosa do país, o Palácio Tangará é um oásis cercado pelo verdejante Parque Burle Marx. Passar uma noite por lá pode custar entre R$ 1 mil e R$ 38 mil.
O luxuoso hotel, inaugurado em maio deste ano, pertence à Oetker Collection, empresa que também é responsável por hotéis como o Le Bristol, em Paris, o Lanesborough, em Londres, e o Eden Rock, em St. Barths, no Caribe. O Tangará é o primeiro na categoria masterpiece no país e veio com a proposta de proporcionar uma experiência única aos hóspedes.
Antes de ser hotel, o espaço pertencia ao empresário milionário Francisco “Baby” Matarazzo Pignatari que, na década de 1940, começou a construir uma casa para sua noiva. O projeto inicial era para ter sido assinado por Oscar Niemeyer, o que acabou não acontecendo porque o casamento não deu certo. Há três anos, o projeto do Hotel Tangará, assinado pelos escritórios de arquitetura B+H Architects, William Simonato Arquitetos Associados, PAR Arquitetura e Anastassiadis Arquitetos, começou a sair do papel.
A estrutura imponente de cerca de 28 mil metros quadrados conta com 141 apartamentos, sendo 59 suítes – todos com vista para a paisagem do Burle Marx. O hotel tem nove salas de reunião, salão de festas com terraço, spa da marca francesa Sisley, centro fitness equipado com aparelhos modernos, piscinas ao ar livre e aquecidas, espaço kids, restaurante e bar de alta gastronomia.
A diferença nos valores da diária está no tamanho e no que compõe o apartamento. As acomodações são equipadas, também, com tablets para que o hóspede solicite serviço de quarto, e há luzes no chão que acendem ao caminhar durante a noite, para que não seja necessário acender a luz geral do quarto.
O menor quarto – e mais barato – tem 47 metros quadrados, cama king size, lavabo duplo, banheira, sacada e área para jantar. Quem optar pela maior suíte, que tem a diária mais cara do Brasil, irá encontrar, ainda, um espaço de 530 metros quadrados com terraço privativo, sala de estar, lareira e biblioteca.
Para o agente de viagem Marcelo Zingalli, gerente do Espaço Luxury do Festival de Turismo de Gramado (Festuris), a estrutura do Tangará não perde em nada para os luxuosos hotéis internacionais. O especialista comenta que o empreendimento atende à demanda de quem trabalha bastante e não tem tempo para viagens muito longas.
– É surreal, inacreditável! Todos os apartamentos são de última geração, com tecnologia de ponta, aliados a requinte e sofisticação, sem perder o estilo clássico de palácio. Tu estás dentro de São Paulo e tem toda a estrutura de um hotel internacional – relata Zingalli.
Segundo ele, os vidros do palacete são de cristal, o que impede o visitante de ouvir o barulho do trânsito, por exemplo, dando a impressão de se estar em um lugar muito distante da cidade. O atendimento e a gastronomia também foram elogiados por Zingalli, que já esteve duas vezes no Tangará.
É possível conhecer sem se hospedar
O Tangará também pode ser utilizado por visitantes que queiram passar só um período do dia. Assim como as salas de reunião, procuradas para eventos empresariais, o spa, o Burle Bar e o restaurante do renomado chef Jean - Georges Vongerichten – com uma adega de vinhos de diversos lugares do mundo e garrafas que chegam a R$ 50 mil – são abertos ao público. As entradas e os pratos principais no restaurante custam entre R$ 50 a R$ 80, e o menu degustação em seis etapas sai por R$ 420.
Muito procurado para festas de casamento, o Palácio Tangará já tinha 15 reservas até o fim do ano para cerimônias antes mesmo de abrir, em maio. Para 2018, já registra mais 30 eventos assim na agenda. Segundo a administração do hotel, a procura tem sido grande para os finais de semana, principalmente por pessoas de São Paulo.