Por Gabriela Güez, especial
No calor de Porto Alegre, em 2015, a única coisa que conseguia pensar era em um lugar fresco e agradável. Acabei levando isso bem a sério e fui passar 20 dias na Suécia naquele mês de dezembro.
Iniciei a minha viagem por Gotemburgo. Uma cidade muito bonita, com cafeterias que lembram imagens do Pinterest, um parque de diversões chamado Liseberg – que, nos meses de novembro e dezembro, abriga um mercado de Natal, com muitas luzes, montanhas-russas e vinho quente com pão de gengibre – e museus para todos os gostos, como o de História Natural.
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De lá, parti para o norte do país, à cidade de Kiruna, na Lapônia. Foi uma viagem de 20 horas em um trem com camas no maior estilo Harry Potter. O trajeto é longo, mas compensa pela vista incrível, que vai se transformando ao longo do caminho, com muita neve e vilarejos.
Kiruna é um destino muito procurado por quem quer ver a aurora boreal, que ocorre entre os meses de outubro e março. Nesse período, os dias têm apenas quatro horas de luz solar, o que facilita a visualização do fenômeno.
Para assistir à aurora, não é preciso gastar nada – basta ter uma noite com poucas nuvens, estar em um lugar afastado da luminosidade da cidade e ter sorte. Não é sempre possível, então, posso me considerar uma pessoa sortuda, pois consegui ver na minha primeira noite.
Entre as outras atrações, estão visitar a mina de ferro (LKAB), principal atividade econômica de Kiruna, ir ao IceHotel e fazer um passeio com trenó de cachorro.
O hotel de gelo fica a 18 quilômetros da cidade e tem diárias caríssimas – mas, antes das 18h, está aberto ao público. Além dos quartos, esculpidos e planejados por diferentes artistas, os turistas podem ir ao bar do hotel, também feito de gelo. As bebidas são caras, mas vale a pena tomar uma cerveja com um copo feito de gelo.
Depois de Kiruna, fui ao Parque Nacional de Abisko, também ao norte do país – destino lindo tanto no inverno quanto no verão. Fiquei hospedada no alojamento do parque, onde uma cama em um quarto dividido custa em média 35 euros por noite. O lugar conta com uma estrutura ótima e está próximo ao Lago Torneträsk, que, nas noites de inverno, fica coberto de neblina. A areia se transforma em neve, criando um cenário sinistro, mas mágico. Neste parque, também é possível ver a aurora boreal e praticar muitos esportes, como esqui cross country e escalada no gelo.
A Suécia com certeza é um país que vale muito a pena conhecer. Entre frio e muita neve, as experiências e as memórias vão ficar para sempre! Tack så mycket (muito obrigada) por tudo.
*Gabriela Güez é figurinista e já viajou muito pelo mundo
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