A altura das quedas do Salto do Yucumã, em Derrubadas, na fronteira com a Argentina, já chegou a 10 metros. Hoje, se o turista tiver sorte, consegue ver metade, cinco metros. Mas há dias em que o visitante perde a viagem, pois está tudo encoberto.
Imagens antigas revelam quedas totalmente diferentes, bem maiores do que as que vimos. Segundo moradores, o problema vem desde 2010, quando a hidrelétrica Foz do Chapecó entrou em operação entre os municípios de Águas de Chapecó, em Santa Catarina, e Alpestre, no Rio Grande do Sul.
Estudos técnicos feitos pelo Departamento de Recursos Hídricos do Estado e contratados pela prefeitura atribuem à usina o aumento do nível do rio, que acaba encobrindo a parte debaixo da cascata. A administração da hidrelétrica, contudo, diz que, por ser um reservatório de pequenas proporções, distante 158 quilômetros do Salto, não é responsável pelas variações de volume nas quedas d'água.
– A gente quer um acordo para que essa produção seja consciente, que a energia seja produzida, mas que não se afete o meio ambiente e a visibilidade do Salto do Yucumã – apela o secretário de Turismo de Derrubadas, Ezequiel Weber.
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Esse acordo organizaria o horário de liberação da água pela usina. Conforme a prefeitura, a água liberada pela hidrelétrica chega ali 12 horas depois da abertura das comportas. Estudos técnicos que comprovariam isso serão levados para debate no Conselho Nacional de Recursos Hídricos. Enquanto isso não acontece, quem depende do turismo torce para que o problema, que se arrasta há sete anos, seja resolvido logo.
– Se não for feito nada para mudar isso, vai acabar o turismo aqui – alerta o proprietário do balneário Parque das Fontes, Delmir Anklam.
Com a visibilidade comprometida, a orientação é entrar em contato com a Secretaria Municipal de Turismo (55 3616-3071) ou com o parque (55 3616-3006) para saber sobre as condições de visitação.