Por Nathalia Fruet
Estávamos bem no limite entre os municípios de Osório e Maquiné, na beira da Lagoa das Malvas. Em linha reta, o mar fica a quatro quilômetros dali. Mas, naquele dia, os colegas Sérgio Viojo e Marcelo Theil e eu mudamos de rumo e fomos em direção à Serra. Nosso objetivo era chegar até as cachoeiras de Maquiné. Para não se perder no caminho, conseguimos um guia, o Land, que normalmente leva os turistas.
– A gente vai fazer uns 20 quilômetros, alguns em estrada de chão batido – explicou ele.
No trajeto até a Cascata do Garapiá, uma das mais conhecidas, passa-se pela rótula de Maquiné – que, em tupi-guarani, quer dizer “gota que pinga”. Andando pelo interior do município, logo entende-se o porquê: Maquiné é banhada por três rios. Por isso, não é preciso andar muito para ter contato com a água, seja vendo ou ouvindo seu barulho.
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Dizem por lá que existem dezenas de quedas d’água. No meio do caminho entre uma cascata e outra, há pousadas e tendas que vendem queijo e suco de uva. Deixamos o carro na localidade de Barra do Ouro e seguimos a pé. São 300 metros até o Garapiá, com direito a uma subidinha. Uma dica importantíssima: é preciso ir de tênis para conseguir fazer a trilha. Deve-se, também, levar uma muda de roupa e um chinelo.
São muitos os lugares como esse em Maquiné, com cachoeira e piscina natural. Quem vai lá não resiste a entrar na água transparente e limpa – e gelada, é verdade, mas logo o visitante se acostuma. A cascata fica em uma área particular, mas não se paga para entrar. Acampar não é permitido.
Eram quase 15h quando chegamos a um lugar bem simpático na Estrada da Forqueta, chamado de Recanto do Sossego, para fazer um lanche. Ali, o carro-chefe é o pastel frito na hora. O salgado mais um refrigerante sai por R$ 8. Se for com suco de uva, fica por R$ 10. Mas o difícil é sair dali sem uma sacola com mais alguns produtos feitos ou colhidos no local. Tem frutas, doces e um bolo, que, de tão macio, chamam de esponja.
De volta ao Hotel Fazenda Pontal, onde nos hospedamos (a 43 quilômetros do Garapiá), era hora de fazer um passeio de lancha (R$ 50 por pessoa) – a propriedade fica ao lado da Lagoa das Malvas. Da água, é possível entender melhor por que Maquiné tem tantas cachoeiras: a condição geográfica facilita isso, com montanhas, onde ficam as cascatas. A água de lá acaba escorrendo para as lagoas e vai parar no mar.
Já em terra firme, pode-se fazer trilhas ou andar a cavalo nos 55 hectares da fazenda. Isso se você não quiser ficar simplesmente curtindo a piscina. A hospedagem custa a partir de R$ 300, mas é possível apenas passar o dia, a um custo de R$ 45.
– Dá para aproveitar as atividades que oferecemos, como passeio a cavalo, charrete, pescaria, arco e flecha, bicicletas, caiaques, escola de vela e passeios de barco – enumerou o administrador da propriedade, Adelandre Linhares.
Nosso passeio terminou na rede, ouvindo o barulho da lagoa e aproveitando a paisagem. Descansado, curtindo, bem de boa.
Como ir
- A partir de Porto Alegre, é só pegar a BR-290, seguir pela BR-101 e entrar no município pela RS-484. Isso dá pouco mais de duas horas e 150 quilômetros de viagem.
#PartiuRS é uma série multimídia que mostra as belezas do Estado. Além do ZH Viagem, a série pode ser acompanhada aos sábados, no Jornal do Almoço, da RBS TV, no Supersábado, da Rádio Gaúcha, e em um site especial no G1. A coordenação é de Mariana Pessin (mariana.pessin@rbstv.com.br)