Nosso destino hoje é São Nicolau, primeira querência do Rio Grande do Sul e local de uma das ruínas das Missões Jesuíticasno Estado.
Os restos em pedra da sociedade de padres e índios ainda podem ser admirados na cidade de 5 mil habitantes. Da igreja que funcionava há 390 anos, sobrou apenas o piso, depois de a construção ser incendiada no segundo ciclo da redução. Para visitar o que restou, no centro de São Nicolau, não é preciso pagar nada, e o passeio a céu aberto é admirado também por quem cresceu rodeado pela história.
– É muito bonito. Às vezes, quando venho aqui com meus amigos, dá vontade de ficar a tarde inteira – comenta a estudante Priscila da Rosa.
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Uma das estruturas ainda em pé servia como adega, lugar com temperatura mais amena onde os padres jesuítas produziam e conservavam o próprio vinho há quase 400 anos. Ao lado do sítio arqueológico e da Secretaria Municipal de Cultura, está uma casa construída há mais de um século com pedras da redução. Ela foi tombada como patrimônio histórico e artístico do Estado e guarda fragmentos de uma civilização.
Como visitar a região exige energia, uma boa pedida é a comida regional, como o Café de Cambona, que custa em média R$ 10 por pessoa e vem com bolo de milho e bolinho salgado frito. Por R$ 35, é possível pernoitar em pousadas locais e acordar onde nasceu o Rio Grande, em 1626. A marca é uma cruz às margens do Rio Uruguai, a 24 quilômetros do centro de São Nicolau.
– A história nos conta que os padres jesuítas passaram no Rio Uruguai nesse ponto. Era a forma que eles tinham na época de atravessar para a outra banda do rio – afirma o aposentado Edison Lisboa.
Dali, os padres foram em busca do ponto mais alto para construir a redução. O caminho que eles fizeram é conhecido como Trilha dos Padres Mártires. São 24 quilômetros repletos de verde, que percorremos de bicicleta.
Embora o caminho possa ser feito todos os dias, anualmente ocorre uma espécie de peregrinação de centenas de pessoas que buscam sentir a energia do lugar. Energia essa que está nas coisas simples que encontramos pelo trajeto, como a ponte sobre o Rio Jatuacá.
– É muito bom quando a gente chega e tem um visual desse aqui, uma água corrente e limpa. É tranquilizante. Dá uma energia para seguir em frente – diz Lisboa.
Como ir
A partir de Porto Alegre, são 555 quilômetros de viagem, com duração de cerca de sete horas. O trajeto começa pela BR-448 e segue pela BR-386, que vai mudando de nome até chegar a São Luiz Gonzaga como BR-285. Dali até São Nicolau, resta um trecho pelas RSs 168 e 561.
Para saber mais sobre o passeio de bicicleta, é preciso entrar em contato com a Secretaria de Turismo pelo telefone (55) 3363-2132.
#PartiuRS é uma série multimídia que mostra as belezas do Estado. Além do ZH Viagem, a série pode ser acompanhada aos sábados, no Jornal do Almoço, da RBS TV, no Supersábado, da Rádio Gaúcha, e em um site especial no G1. A coordenação é de Mariana Pessin (mariana.pessin@rbstv.com.br)