Conhecida pelas pedras preciosas, Ametista do Sul, na região norte do Estado, tem um roteiro que pode surpreender os visitantes: boa parte é feita de baixo da terra.
Nosso passeio começou no Garimpo Dutra – ativo há 39 anos e localizado a menos de dois quilômetros do Centro, na companhia de um grupo de estudantes e de um guia. A entrada custa de R$ 8 a R$ 10. Os túneis – com cerca de dois metros de altura, às vezes estreitos e com pouca luz – assustam um pouco, mas logo a gente se acostuma e curte as belezas que vão surgindo.
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Com pouco mais de 8 mil habitantes, a cidade tem cerca de 200 minas semelhantes, de onde se extrai a ametista e outras pedras, como a ágata e o cristal branco.
– Foi bem legal ver o trabalho do garimpeiro e as ametistas que foram encontradas. Só dá um pouco de medo quando se entra, porque é tudo escuro – diz a estudante Bruna Gotardo.
Os visitantes têm, inclusive, a chance de dar o comando para uma detonação.
– Deu medo, ainda estou tremendo um pouco, mas foi diferente – relata a estudante Luize Richetti, que encarou a experiência naquele dia.
Nossa segunda parada foi na vinícola Ametista. A fachada é como de qualquer outra, mas ela tem uma peculiaridade: fica sobre uma mina inativa, hoje utilizada para armazenar as bebidas. O ambiente escuro e o clima mais frio são perfeitos para a maturação dos vinhos. O passeio com degustação custa R$ 7.
A cidade também tem o Ametista Parque Museu, que conta com 1,5 mil pedras (ingresso a R$ 10) e mais um garimpo. Quem não quiser conhecer o lugar caminhando pode fazer o passeio em um carrinho. Ele balança bastante, passa por uns trechos complicados, mas é bem legal.
Ametista do Sul ainda proporciona aos turistas lugares místicos e religiosos. Quem entra na Paróquia São Gabriel se deslumbra com o que vê. A igreja é muito bonita, com detalhes que impressionam. A construção levou 40 toneladas de pedra ametista. Elas estão pelas paredes, que foram todas revestidas, e em peças como uma pia de batismo.
– É a única igreja no mundo revestida de pedras preciosas. Além das paredes, a gente percebe que todos os detalhes foram pensados usando as pedras. A mesa do altar, por exemplo, é uma pedra de 936 quilos; o sacrário, um geodo em formato de coração; e o padroeiro tem o contorno de pedras – enumera o padre Gilberto Gioacomoni.
Em frente à igreja, na praça central da cidade, há um espaço esotérico: a Pirâmide de Energização, construída em 1998 por iniciativa de um grupo de turistas. Para quem acredita, é um local de meditação e renovação de energia.
– A pirâmide simboliza a ligação do céu com a terra. Seus quatro ângulos representam a inteligência, a verdade, o silêncio e a bondade. Também representa os quatro pontos cardeais. Eles uniram o poder da pirâmide com o poder da pedra – explica a guia Gisele Rojhan.
Como ir
Para chegar à cidade a partir de Porto Alegre, são 439 quilômetros e quase seis horas de estrada. Depois da BR-448, é preciso pegar a BR-386 até Seberi, de onde se roda mais 40 quilômetros pela RS-587.
O roteiro pode ser feito em um só dia. Para quem quiser dormir por lá, há dois hotéis com diárias a partir de R$ 45.
#PartiuRS é uma série multimídia que mostra as belezas do Estado. Além do ZH Viagem, a série pode ser acompanhada aos sábados, no Jornal do Almoço, da RBS TV, no Supersábado, da Rádio Gaúcha, e em um site especial no G1. A coordenação é de Mariana Pessin (mariana.pessin@rbstv.com.br)