Basta apenas bater os olhos nas lagoas vibrantes de Havasu Falls para sentir seu fascínio. As bacias, com sua ondulação natural, formam um verdadeiro contraste com a força esmagadora da água despejada nelas a mais de 27 metros de altura, em meio às pedras avermelhadas. É felicidade pura e simples. As cachoeiras, no fundo de um desfiladeiro estreito perto da área sudoeste do Parque Nacional do Grand Canyon, no Arizona, encontram-se a 3,2 quilômetros de caminhada ao norte do vilarejo Supai, em um dos enclaves indígenas mais remotos dos Estados Unidos.
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Planejei tudo cuidadosamente. Faria a viagem com a família a tiracolo e desceria os cânions. De Phoenix, no Arizona; fomos de carro a Sedona, onde passamos a noite, e depois seguimos para Seligman; a seguir, rumamos ao fim da Rodovia Indígena 18 e, finalmente, para o Hualapai Hilltop do Grand Canyon. Lá, aguardaríamos o helicóptero que nos levaria a Supai.
Meu marido, Sacha, minha filha de 18 anos, Djali, o pequeno Marceau e eu nos sentimos em casa, apesar de estarmos em uma área isolada do parque visitada apenas por 20 mil pessoas/ano. O povo havasupai, que se autodenomina Havsuw Baaj, ou "o povo de Blue Creek" - embora conhecido pelo derivativo hualapai de seu nome: havasu, ou "água azul-esverdeada", e pai, "povo" - é hospitaleiro, mas também isolado por natureza.
Noite no acampamento, dia dentro da água
Nossa vaga no acampamento, perto de Mooney Falls, era separada de outros dois grupos, que pareciam universitários, por um riacho que desaguava no Rio Colorado. Chegamos no fim da tarde e nos sentamos à mesa de piquenique, enquanto Danoff montava a barraca em que quatro pessoas podiam dormir confortavelmente. Djali, decidida a enfrentar o medo do escuro, dormiu em uma rede amarrada a duas árvores, com o som da água corrente bem ao seu lado.
Na manhã seguinte, levantamos cedo e seguimos, a pé, para Havasu Falls. Na estradinha de terra e cascalho, ladeada por cactos, nem parecia que estávamos fazendo uma caminhada; dava mais a impressão de estarmos flutuando.
Olhando lá embaixo, para a água que jorrava com força nas lagoas, tinha a impressão de que a gotículas de umidade cobriam nossos corpos feito um bálsamo. Foi o tipo de experiência que nenhuma foto conseguiria capturar. No momento em que mergulhamos na parte rasa do que mais parecia um corpo dágua vivo, ficamos imóveis. Os peixinhos nadavam à nossa volta.
Ficamos sentados nas águas mornas de Havasu, fazendo intervalos apenas para almoçar e registrar o máximo que podíamos das cercanias durante as poucas horas que passamos ali. Banhar-se em Havasu Falls foi como um "barato" natural intenso. Começamos e terminamos o dia nas cataratas, sem dúvida o local mais movimentado de todos os acampamentos.
No último dia inteiro que passaríamos no camping, seguimos, no calor do meio-dia, para Lower Navajo Falls e a espetacular Upper Navajo Falls, antes de voltar para almoçar. Foi quando Danoff sugeriu que descêssemos 61 metros para ver Mooney Falls.
Quando nos aproximamos da beirada para ver os outros visitantes se arriscando, senti a vertigem me atingindo em cheio: nunca conseguiria chegar até a base da cascata. Marceau e eu voltamos para o camping, observando tudo da rede, com o barulhinho da água nos ouvidos - que acabou embalando a nossa soneca da tarde.
Se você for
- Nenhuma estrada chega ao Cânion de Havasu, que é administrado pela tribo Havasupai e não pelo Serviço Nacional de Parques. A Havasupai Tourism Enterprise cuida dos cavalos que dão acesso opcional à trilha (Havasupai-nsn.gov), bem como do camping para 200 pessoas perto das cataratas. A diária é de US$ 17/pessoa, mais o ingresso de entrada, que sai US$ 35/pessoa e a taxa ambiental, de US$ 5.
- A Austin Adventures oferece o pacote Havasupai Hiking Tour, de cinco dias, com saídas de Scottsdale (Arizona) a partir de março, a US$ 1.648 por cabeça (austinadventures.com). O da Wildland Trekking é de quatro dias e pode ser feito no verão, a partir de US$ 910/pessoa (mais em wildlandtrekking.com).
- A Four Seasons Guides oferece caminhadas a Havasu Falls (três dias), com o apoio de burros de carga (a partir de US$ 895) além de outras excursões que combinam visitas às quedas com o South Rim e passeios de caiaque (fsguides.com).
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