A Capela Sistina terá nos primeiros dias de outubro uma nova instalação de climatização e iluminação que permitirá triplicar o acesso dos visitantes. O diretor dos Museus Vaticanos, Antonio Paolucci, indicou as particularidades da Capela, que definiu como "a capela do mundo".
As intervenções para a nova instalação de climatização e iluminação foram promovidas pelo Governo do Vaticano para aumentar de 700 para 2 mil o número de pessoas que podem ingressar de forma simultânea no local, a obra mestre do renascentista italiano Michelangelo.
Também serão realizadas modificações para uma melhor renovação do ar no interior, com atenção ao cuidado e conservação dos afrescos.
O custo do Governo Vaticano é mínimo, pois a companhia de iluminação Osram doará os aparelhos para a iluminação e a Carrier fará o mesmo para o ar condicionado.
- Uma vasta mitografia sustenta e cerca a Capela Magna da Igreja Católica. É o lugar onde os cardeais elegem o Papa, é o espaço litúrgico mais sugestivo do cristianismo. E além do mais, ali está Michelangelo, o totem do imaginário artístico universal - disse Paolucci. - Hoje, a Capela Sistina corre o risco de ser vítima de seu próprio êxito. As restaurações que foram realizadas nos anos 1980 e 1990 do século passado nas superfícies pintadas, com a propaganda internacional, multiplicaram a afluência do público - explicou ele.
Os visitantes, que eram um milhão e meio antes das restaurações, e chegaram aos dois milhões entre 1985 e 1989, quando se descobriu a abóbada, se transformaram em 4 milhões em 1994, quando o papa João Paulo II inaugurou a limpeza da obra Juízo Final. Hoje beiram os seis milhões, explicou o presidente dos Museus.
Segundo Paolucci, "e um número impressionante e objetivamente perigoso para a correta conservação dos afrescos. Uma pressão tão grande produz uma mistura de pó trazida de fora, de umidade corporal e de gás carbônico que, se depositado na superfície dos afrescos, pode ativar com o tempo, consequências nocivas para sua conservação".
Nos próximos dias 30 e 31 de outubro, será realizado um congresso chamado "A Capela Sistina 20 anos depois: nova respiração, nova luz", cuja conclusão coincide com a data do ano 1512 na qual o papa Júlio II inaugurou a capela.