Se há duas datas em que não pretendo ir a Punta del Este é o Ano-Novo e o Carnaval. Porque Punta fica tão cheia nessas datas que o lazer corre o risco de virar fonte de irritação.
Nas férias, prefiro alugar apartamento a ficar em hotel. Em Punta, prefiro a península, na parte mais antiga, ao paredão de edifícios novos que descaracterizou a praia que me encantou nos 1980, com seu charme, suas mansões e o ar agradável para caminhadas à noite na Gorlero, a caminho da feria de los artesanos. Dessa Punta pacata só restaram as memórias.
Nas férias do verão passado, decidimos voltar depois de alguns anos, apesar de ninguém se animar a tomar banho no mar gelado. Chegamos uma semana antes do Carnaval e saímos a percorrer as imobiliárias procurando apartamento. Com garagem, só na selva de pedra. Optamos por ficar no velho Baía Norte, apesar de ter de deixar o carro na rua.
Quando chegou a sexta-feira, viramos reféns da vaga conquistada na rua. Sair de carro significaria correr o risco de ter de estacionar lá perto de Maldonado, já que faltam estacionamentos pagos.
Apesar desse contratempo, foram dias agradáveis, vendo o sol se pôr de um dos decks da Praia Mansa, comprando frutos do mar no mercado do Porto, caminhando em meio àquele mar de gente. Se valeu a pena? Valeu, mas no Carnaval eu não volto mais.