No Dia de São Pedro, santo protetor dos pescadores e dos grupos de bumba meu boi, fomos acompanhar de catamarã a procissão marítima pela orla de São Luís. O trajeto foi até as proximidades da Ponta dAreia, depois seguimos até a Barragem do Bacanga e, por último, ancoramos na Rampa Campos Melo. A vista para a cidade é linda. Vimos todos os casarões históricos e tivemos um passeio muito tranquilo pelo mar.
Por fim, fomos conhecer São Luís. A cidade foi fundada em 1612 por franceses, depois invadida por holandeses e colonizada por portugueses. A influência de seus colonizadores na arquitetura é evidente.
É impressionante a quantidade de casarões tombados - são mais de 4 mil. O centro histórico é Patrimônio Mundial tombado pelo governo federal desde 1955 e, em 1997, foi incluído na lista de Patrimônio Mundial Cultural e Natural da Unesco. A arquitetura se destaca pelas cores, pela beleza simples e pelos famosos azulejos portugueses.
Embora tenha havido restaurações nos anos 1970 e 1980, a maioria dos casarões sofre com a ação do tempo. O problema é que 60% das casas são herança de família, que muitas vezes não tem dinheiro para restaurá-las.
Passamos pelo imponente Palácio dos Leões (sede do governo), pela graciosa Rua do Giz, pela simpática Praça Benedito Leite, pela Igreja da Sé e pela linda escadaria que liga a parte baixa a alta do centro, um labirinto de ruas apertadas cheias de história. Finalizamos o passeio pela famosa Rua Portugal, enfeitada com bandeirinhas coloridas de São João, com uma banda tocando ao fundo.
(Fotos: Omar Freitas/Agência RBS) O Centro Histórico de São Luís foi tombado como Patrimônio Mundial da Humanidade em 1955
Arraial e bumba meu boi
Nas duas últimas noites fomos conhecer a maior festa popular do Maranhão, na capital: o São João. Nos meses de junho e julho, dezenas de arraiais tomam a cidade. O nosso grupo foi a dois: o da Praça Maria Aragão e o da Lagoa. Vou falar mais do Arraial da Lagoa que foi aonde vimos a apresentação do bumba meu boi, a maior atração da festa.
O enredo conta a lenda de um rico fazendeiro que tem um boi muito bonito, que sabe dançar. Pai Chico, um trabalhador da fazenda, mata o boi para satisfazer sua mulher Catarina, que está grávida e sente uma forte vontade de comer a língua do boi. O fazendeiro manda seus empregados procurarem o animal. Os pajés ressuscitam o boi e, para comemorar, fazem uma grande festa.
Bandeirinhas enfeitam capital do Maranhão para a maior festa popular do Estado: o São João
A apresentação é muito colorida, bonita e vibrante. Vários grupos se apresentaram em um grande palco. Todas as apresentações têm a sua música própria representada pelo seu ritmo (que aqui são chamados de sotaques), diferenciado por instrumentos que determinam a evolução da dança do boi. São cinco os sotaques: matraca, zabumba, orquestra, baixada e costa de mão.
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*O repórter fotográfico viajou a convite da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Maranhão (Abav-MA) e da Secretaria de Turismo do Maranhão