Não é porque o mar avançou sobre toda a faixa de areia que os gaúchos deixaram de aproveitar a praia nesta sexta-feira (5). Com a ressaca causada por um ciclone extratropical na costa gaúcha, incluindo ondas de até quatro metros, muita gente fincou a cadeira sobre as dunas em Capão da Canoa para tomar banho de sol.
O engenheiro químico Tomaz de Aquino Moraes Filho, 56 anos, conhece o litoral gaúcho desde criança, então já tem experiência em veranear com condições parecidas. Já ligado na previsão do tempo, ele foi às 8h30min até a orla para reservar um espaço nas dunas: marcou um círculo no chão, para garantir o distanciamento social, e deixou um guarda-sol.
Voltou umas duas horas depois com a esposa, cadeiras de praia, raquetes de frescobol e uma bolsa térmica com água e cerveja:
— Praia, sempre dá. Tu só precisas saber aproveitar.
Um pouco atrás, mais perto do calçadão, a família Tartarotti, de Farroupilha, descobria um novo espaço preferido à beira-mar. Fizeram um círculo com as cadeiras sob a sombra das árvores, entre as dunas e a Avenida Beira Mar. Nem foi preciso abrir o guarda-sol que carregaram para a praia.
— O pensamento era não deixar de vir para a praia. E a gente adorou aqui, tem vista do mar, tem sombra, dá para dar uma caminhada — descreve a psicóloga Sandra Tartarotti.
Levaram bebidas e lanches para ficar “até quando o tempo permitir”, contando histórias e dando muita risada. Com o mar visivelmente violento, o engenheiro civil Edson Tartarotti não deixou de brincar com a sogra:
— Tentei convencer ela a dar um mergulho, disse que hoje estava bom. Mas não teve jeito - riu.
