Determinado a prestar as últimas homenagens à avó materna Ana Feliciano Ribeiro, 82 anos, falecida há duas semanas, o auxiliar de produção Maximiliano Huff, 37 anos, entrou no mar próximo à guarita 111, em Imbé, no Litoral Norte, ao lado de uma prima e de duas irmãs, na tarde de sábado (23), na intenção de depositar as cinzas da avó. As águas revoltas, porém, acabaram causando o afogamento de Huff antes de ele ser salvo pelos guarda-vidas.
Segundo Rogério Huff, tio paterno da vítima, o local onde ocorreu o afogamento fica a cerca de 5m da faixa de areia, mas a força das ondas acabou derrubando Maximiliano, que fazia uso de anticonvulsivantes desde o nascimento, as duas irmãs dele, de 24 e 37, e uma prima de 13 anos. O SAMU e o Batalhão de Aviação da Brigada Militar chegaram a ser acionados, mas Maximiliano foi retirado sem vida. Encaminhadas de helicóptero ao Hospital Santa Luzia, em Capão da Canoa, as mulheres foram liberadas mais tarde.
- Ainda não entendemos o que ocorreu. Era muito próximo da areia, mas ele não conseguiu sair - lamenta o tio, a quem o auxiliar de produção chamava de pai.
Morador de Novo Hamburgo, Maximiliano trabalhava numa fábrica de calçados, era separado e pai de um menino de 10 anos. Nos últimos tempos, morava com a avó materna, que faleceu vítima de covid-19. No mesmo terreno, em outra casa, vivia a mãe dele. O pai do auxiliar de produção morreu em janeiro do ano passado.
No sábado, ele e as familiares deixaram o Vale dos Sinos em direção ao Litoral Norte apenas para concretizar o último pedido da avó. Foi quando ocorreu a tragédia.
Conforme o tenente-coronel Claudio Morais, comandante do 9º Batalhão de Bombeiro Militar, o episódio é um alerta para as condições traiçoeiras do mar do litoral gaúcho neste período.
- Estamos com vento leste, o significa que, além da força natural da água, as ondas ainda estão impulsionadas para o lado. Isso significa que as pessoas podem ser arrastadas com facilidade e serem vítimas de um retorno muito rápido. Todo cuidado é pouco.
No final da tarde de domingo, a família ainda em choque aguardava a liberação do corpo de Maximiliano para iniciar o velório.
- Ele era uma pessoa nota mil. Amava o Grêmio, que era tudo para ele. Assistimos muitos jogos juntos. Quando era tarde, ele dormia na minha casa para ir cedo para o trabalho. Éramos muito apegados. Me chamava de pai. Vai ser difícil demais a despedida – lamentou Rogério.
O sepultamento está previsto para ocorrer nesta segunda-feira (25), 10h, no Cemitério Ecumênico em São Leopoldo. O velório acontece até as 22h deste domingo, na capela 4, no Jardim da Memória, em Novo Hamburgo.