O Corpo de Bombeiros de Santa Catarina suspeita que a dragagem para o alargamento da faixa de areia, em Canasvieiras (Florianópolis), está ocasionando os buracos no mar que causaram a morte por afogamento de um turista porto-alegrense na última terça-feira (24). Segundo coluna do portal NSC, a hipótese será estudada.
— Com a draga, há uma mudança na dinâmica marítima. Foi assim em Piçarras, foi assim no aterro da Baía Sul. A draga faz um banco (de areia) lá adiante, alternando a dinâmica do local, e fica um buraco. E não tem como prever o tamanho dele — explica o comandante da 1ª Região dos Bombeiros em Santa Catarina, coronel César Nunes, em entrevista ao NSC.
O mesmo tipo de intervenção está previsto para acontecer em Balneário Camboriú, segundo Nunes. Por isso, a equipe técnica dos bombeiros fará um estudo sobre o que de fato mudou e sinalizará os pontos com possíveis buracos.
— Será feito um Relatório de Investigação de Afogamento (RIA), mas tenho elevada suspeita que pode ter ficado um barranco ali na região — destaca.
Após a morte do turista porto-alegrense, identificado como Anderson Francisco de Souza Martin, 51 anos, salva-vidas foram destacados para ficar na região, que, até então, não contava com o efetivo. Ainda não há guarita no local. Na quarta-feira (25), outra turista foi salva de um arrastamento pelo guarda-vidas.
— Nós determinamos a nossa presença ali com guarda-sol, mesmo ainda sem "cadeirão" ou o posto — assegura o coronel.
Os bombeiros vão colocar 1,5 mil placas de orientações de segurança em Santa Catarina.
— É muito difícil. As pessoas retiram as placas — reclama Nunes.
O coronel ressalta que há um fenômeno interessante ocorrendo:
— Há um excesso de teimosia do banhista em não respeitar as nossas orientações de segurança. Tem ainda o problema da bebida alcoólica e drogas. Outro fator que dificulta o nosso trabalho é que as pessoas estão se isolando em lugares onde nós não estamos — explica Nunes.