Em média, sete pessoas por dia foram localizadas por guarda-vidas neste verão nas praias gaúchas, ocasião em que foram hasteadas as bandeiras azuis nas guaritas. Segundo a coordenação da Operação Verão, foram registrados 433 ocorrências em vários pontos do litoral e de águas internas do Rio Grande do Sul entre os dias 15 de dezembro de 2018 e 13 de fevereiro deste ano. O local onde houve mais casos foi em Capão da Canoa e, como grande parte envolve crianças, pulseiras de identificação são distribuídas nas guaritas.
O comandante do 9º Batalhão dos Bombeiros e coordenador da operação, major Claudio Morais, diz que não se tem uma comparação com anos anteriores, o que pode ser feito a partir desta temporada, mas os guarda-vidas têm a percepção de que os casos têm sido cada vez mais recorrentes e preocupantes, principalmente porque grande parte deles envolve crianças. No entanto, outra meta é fazer um levantamento semelhante aos dos salvamentos, quando são computados horários e idades, entre outros fatores.
Maioria dos casos em Capão da Canoa
Dos 433 casos, 383 foram no Litoral Norte, 27 no Litoral Sul e 23 em águas internas. A praia de Capão da Canoa registra o maior número de ocorrências, principalmente porque recebe um grande número de veranistas. Foram contabilizadas 135 pessoas localizadas na faixa de areia em 60 dias.
Em Nova Tramandaí, foram 75 e, em Cidreira, 36. Morais ressalta a importância dos banhistas em ficar nas proximidades das guaritas pelo fato de facilitar o rápido atendimento por parte dos guarda-vidas em caso de desaparecimentos ou até mesmo o monitoramento destas ocorrências.
Bandeira azul
Morais diz que a bandeira azul sempre é hasteada quando um desaparecido é localizado. A situação ocorreu 433 vezes neste verão até o dia 14 de fevereiro. Segundo ele, estas pessoas foram encontradas tanto por banhistas, sendo conduzidas até as guaritas, quanto pelos próprios guarda-vidas.
– A maioria é criança, vamos fazer levantamento sobre idade, mas é perceptível, no entanto, que também tem idosos e pessoas portadoras de necessidades especiais – ressalta Morais.
O coordenador da Operação Verão diz que muitos casos envolvem crianças porque os pais vão para a orla e acabam se descuidando dos filhos ao ingerir bebidas alcoólicas ou pelo fato de ficarem boa parte do tempo nos celulares.
Como agir
Em caso de pessoas desaparecidas, os banhistas devem levá-las até uma guarita. Após isso, os guarda-vidas irão fazer contato com outros locais de monitoramento ou com o comando local dos Bombeiros e Brigada Militar para tentar localizar familiares. Morais lembra que tem ocorrido uma medida, trazida por argentinos que frequentam praias sem guaritas, que é colocar, por exemplo, uma criança nos ombros enquanto demais pessoas batem palmas. Ele diz que é válido, mas que esta ação até prejudica o trabalho dos guarda-vidas por tirar o foco do atendimento.
– Orientamos que a pessoa, principalmente criança, seja encaminhada diretamente para uma guarita porque os guarda-vidas se comunicam entre si e já têm orientação para atender estes casos, além do fato de ser hasteada uma bandeira azul indicando que um desaparecido foi localizado – ressalta Morais.
Ainda é bom lembrar que há disponível nas guaritas pulseiras nas quais pode ser colocado o nome das crianças e a guarita que forneceu o material.