A chuva forte – e rápida – que atingiu o Litoral Norte na tarde desta sexta-feira (9) provocou alguns transtornos para comerciantes. Em Capão da Canoa, parte da estrutura do supermercado Ferga, logo na entrada do município, em frente ao aeroporto, desabou com a força do temporal. Os sete funcionários que estavam no local tiveram que se esconder em três banheiros com cobertura de laje, após uma vidraça da entrada estourar. Pouco depois, o teto veio abaixo e derrubou prateleiras, caixas registradoras e produtos. Ninguém ficou ferido.
Gerente do mercado, Cristina Roberta Matos, 41 anos, conta que não havia clientes no momento em que o teto desabou - uma senhora havia acabado de sair com três crianças. Ela ficou impressionada com a força do vento, que soprava contra a frente da loja.
— Foi assustador. Entramos em pânico, a loja é nova, tem seis meses. O primeiro vidro caiu e depois caiu todo o resto. Foi tudo muito rápido, tivemos que sair correndo, nos esconder no banheiro, nem fechamos a loja. Graças a Deus ninguém se feriu. Agora temos que esperar a avaliação da seguradora — conta.
Por volta das 17h45min, os funcionários ainda estavam inquietos – olhavam-se com apreensão em frente aos escombros – enquanto luminárias balançavam, pendendo por poucos fios.
A Coordenadoria da Defesa Civil responsável pelo Litoral Norte não registrou grandes estragos em praias do Rio Grande do Sul.
— Estamos em contato com as coordenadorias municipais e temos apenas o relato do supermercado onde o telhado caiu e árvores que tombaram. Em Porto Alegre é que foi pior — disse o Major Alexsandro Goi.
Em Atlântida, várias árvores bloqueavam calçadas da Avenida Central. No complexo alimentar a céu aberto Ramblas by Roubadinhas, que reúne vários restaurantes no mesmo terreno, troncos e galhos repousavam pelo chão. Com pressa, funcionários serravam os troncos para limpar a área antes da esperada movimentação da primeira noite de Carnaval.
— Nunca vi nada assim na minha vida. Nosso bar é aberto, então entrava água por tudo, ficou tudo encharcado. Algumas telhas chegaram a cair, inclusive. Não vou conseguir trocar todas ainda hoje, mas vamos abrir, sim, com tudo limpo para os clientes — diz Ramiro Laurent, sócio do Pallet Bar.
A poucas quadras dali, o sócio da Pizzaria Fornellone, Emerson Rosas, ficou assustado com a força do vento.
— Achei que a casa (do restaurante) voaria. No telhado, caiu galhos, e agora estamos sem luz. Tem que esperar para voltar a trabalhar, logo no início do Carnaval, que estou ansioso para fazer funcionar — diz.