O Comandante da 2ª Companhia do 1º Batalhão Ambiental da Brigada Militar do Litoral Norte, capitão João César Verde Selva, reafirmou na manhã desta segunda-feira (22) que os indícios mais fortes apontam a pesca predatória como a causa provável da mortandade de peixes ocorrida no fim de semana nas praias gaúchas.
Na última sexta-feira (19), milhares de animais da espécie bagre começaram a aparecer mortos na orla de Atlântida Sul, Albatroz, Santa Teresinha e Mariluz. Prefeituras de Osório e Imbé tiveram de utilizar retroescavadeiras para recolher os peixes, cuja quantidade chegou a 25 toneladas. Três caminhões lotados foram levados para o aterro sanitário de Tramandaí.
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o capitão disse não ser possível afirmar que os pescadores eram do Estado, visto que a costa gaúcha, nesse período, é "invadida" por barcos de todo o Brasil, especialmente de Santa Catarina e da região Sudeste.
A investigação, a partir de agora, ficará a cargo de órgãos federais, que terão a missão de identificar a causa das mortes:
— Nós vamos fazer os relatórios ambientais, encaminhar toda a documentação que temos, fotos, tudo o que foi colhido nesse período, e vamos encaminhar para o Ministério Público Federal, Marinha do Brasil e Ibama para que cada órgão possa tomar providências no âmbito de suas competências.
Desde 2014, a pesca do bagre é proibida no Estado por se tratar de uma espécie em extinção. Amostras foram encaminhados ao Ceclimar para apurar se houve algum tipo de contaminação. Em 2006, em um dos maiores desastres ambientais da história gaúcha, o excesso de poluição matou milhões de peixes no Rio dos Sinos. Cerca de 200 toneladas de pescado foram recolhidas.