Uma baleia da espécie de Bryde encalhou nesta quarta-feira em Imbé, no Litoral Norte. O animal, de aproximadamente 40 toneladas, foi localizado na altura da guarita 127, em Balneário Presidente, segundo a Patrulha Ambiental da Brigada Militar.
O Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ceclimar/Ufrgs) foi acionado para auxiliar no trabalho de investigação do encalhe. Segundo o professor Ignácio Moreno, a baleia é um macho adulto de 13 metros de comprimento, aparentando ter provavelmente sete ou oito anos.
De acordo com Moreno, a espécie é comum no litoral gaúcho, e costuma ser registrada pelo menos uma morte desse animal por ano nas praias.
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As causas que levaram o mamífero a morrer serão difíceis de apurar, devido ao estado de decomposição. Se estima que o animal morreu há pelo menos 24 horas. Na costa gaúcha, as causas mais comuns de mortes de baleias são colisão com embarcações, redes ou causas naturais.
– Essa é uma das únicas espécies que não realiza migração de águas quentes para águas frias para se alimentar. Ela prefere permanecer em águas quentes e em mar aberto, distante da nossa costa – explica o biólogo do Ceclimar.
Patrulha Ambiental da Brigada Militar, Bombeiros, Secretaria do Meio Ambiente e Ceclimar estão no local para auxiliar na retirada do corpo. Serão necessários pelos menos dois tratores e cabos de aço ou correntes para conseguir retirar o animal da beira da praia. As tentativas com uma corda normal foram em vão.
Enquanto o trabalho é realizado, Moreno destaca que é importante que as pessoas não cheguem muito perto da baleia:
– Ela está com sangue, está em decomposição, a gente não sabe se pode ou não causar alguma doença. Então, é importante que as pessoas não fiquem tão perto.
Depois de retirada da orla, a equipe de biólogos e estudantes do Centro de Estudos ainda vai realizar novas avaliações do animal para ver se é necessário coletar mais material para pesquisas. Passada a análise, o animal será enterrado na própria praia, medida que, segundo o biólogo, é a mais comum.
– Já discutimos com vários órgãos ambientais e a melhor saída é fazer um buraco e enterrar o corpo. Com o próprio peso do animal e movimento das águas ele vai afundando e se decompondo.