O penúltimo dia de 2016 poderá ser lembrado pelos moradores e veranistas de Capão de Canoa como o dia em que a areia virou asfalto. Uma espécie de passarela asfaltada começou a ser construída na praia, no bairro Guarani, com o objetivo de ligar a orla ao mar.
Familiares de uma cadeirante teriam solicitado a faixa pavimentada a um funcionário da prefeitura que trabalhava no local, realizando reparos dos danos oriundos da ressaca de outubro, segundo informações da assessoria de imprensa da administração municipal. A polícia ambiental foi acionada por populares após máquinas da prefeitura começarem a construção da rampa, com 2m80cm de largura e 28m de comprimento.
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O 1º Batalhão Ambiental da Brigada Militar (BABM) notificou a prefeitura de Capão da Canoa. Não há licença ambiental para o início da obra. O objetivo da ação da BM é evitar dano ao lençol freático e contaminação do solo.
– Não somos contra a melhorias para o acesso à praia, ainda mais para cadeirantes, mas tem que ser um projeto autorizado pela Fepam, que é quem concede as licenças ambientais neste caso – afirmou o Major Rodrigo Gonçalves dos Santos, comandante do 1º BABM.
O secretário de Planejamento e Meio Ambiente, Beto Rocha, explicou que não houve uma ordem da administração para a construção da rampa feita à beira mar, mas sim um equívoco de um funcionário.
– Uma pessoa pediu para fazer o acesso à praia para a filha, e um funcionário nosso sem autorização foi lá e fez – disse o secretário, em entrevista ao programa Gaúcha Repórter, da Rádio Gaúcha.
O funcionário responsável pela obra assinou um termo circunstanciado de crime de poluição ambiental, por construção irregular em área de preservação. A prefeitura da abriu uma sindicância para apurar o caso.
Confira a nota divulgada pela prefeitura de Capão da Canoa
"Conforme informações da Secretaria de Obras e Saneamento a rampa em asfalto feita à beira mar no bairro Guarani para acesso de cadeirantes não foi proveniente de ordem da Administração Municipal, e sim um equívoco de algum funcionário.Segundo relatos, uma moça cadeirante que estava no local, juntamente com seus familiares pediu a um funcionário da prefeitura que trabalhava no espaço, fazer um acesso até a praia para cadeirantes. Ele equivocadamente atendeu ao pedido e foi além. A Prefeitura Municipal já está retirando o material e tomando as devidas providências, abrindo uma sindicância para apurar o caso e punir os responsáveis."