Desde o início da Operação Golfinho, em 19 de dezembro, pelo menos 27 pessoas já perderam a vida em casos de afogamento em locais onde não há atendimento de salva-vidas no Rio Grande do Sul. O número é 125% maior do que o registrado no mesmo período da temporada passada.
Somente na terça-feira, foram quatro mortes. Milton Romeu Ludwig, 54 anos, morreu ao cair em um poço na localidade de Lajeado de Poca, em Horizontina, no noroeste do Estado. Em Lavras do Sul, na Região Central, Argélico da Silva Britto, 52 anos, perdeu a vida após mergulhar na Praia do Paredão. Avô e neto, Cláudio Borges da Silva, 58 anos, e Michael Sanini Antunes da Silva, 13 anos. Avô e neto desapareceram na Linha Santa Catarina, em Espumoso, no norte do Estado. Os corpos foram localizados nesta quarta-feira.
Conforme o major Julimar Fortes, chefe de operações dos salva-vidas durante a Operação Golfinho, um dos principais fatores que leva ao alto índice de mortes por afogamento nessas áreas é que as pessoas não investem em proteção individual para entrar na água.
- Como há muitos açudes e balneários, as pessoas acham que não há risco, mas acabam se colocando em uma condição arriscada. Elas não usam boias ou dispensam a proteção individual quando saem em embarcações - avalia Fortes.
Aumento no número de mortes também no Litoral Norte
Nas áreas onde há atuação de salva-vidas também houve aumento no número de óbitos em decorrência de afogamentos. De 19 de dezembro a 12 de janeiro, cinco pessoas morreram afogadas em praias do Litoral Norte, duas a mais que no mesmo período da temporada passada.
No caso mais recente, na terça-feira, Patrick Lucas Porto, 21 anos, foi resgatado do mar já inconsciente depois de se afogar perto da Guarita 108, em Atlântida Sul. Natural de Pelotas, ele morreu em atendimento no Hospital Santa Luzia, em Capão da Canoa. Outro jovem que nadava no local, Matheus Porto Campelo, 17 anos, foi encontrado nesta quarta-feira.
Conforme o chefe de operações dos salva-vidas, pelo menos quatro pessoas se envolveram em ocorrências de afogamento próximo à Guarita 108 na terça-feira. Isso porque uma corrente de retorno, também conhecida como vala ou repuxo, tornou o banho no local muito perigoso. Alguns veranistas porém, ignoraram a sinalização colocada pelos salva-vidas proibindo o banho.
- Quando há repuxo, a velocidade média da água fica em torno de 3,5m/s (metros por segundo). Mesmo um nadador muito habilidoso não consegue vencer a corrente - alerta.
O fenômeno, comum nas praias do litoral gaúcho, é responsável por grande parte dos afogamentos durante verão. Segundo o major Fortes, a principal orientação para evitar esse tipo de ocorrência é ter cautela, nadar próximo a guaritas e respeitar as orientações dadas pelos salva-vidas.