Carnavalesca com mais títulos conquistados no Sambódromo do Rio de Janeiro, Rosa Magalhães faleceu na noite desta quinta-feira (25), aos 77 anos. Conhecida como a dama do Carnaval, ela foi vítima de um infarto.
Rosa venceu o Carnaval carioca sete vezes. Seu primeiro título foi com a Império Serrano, em 1982, com o enredo Bum Bum Paticumbum Prugurundum, assinado juntamente com Lícia Lacerda. Em 16 anos à frente da Imperatriz Leopoldinense, sagrou-se campeã em cinco oportunidades: 1994, 1995, 1999, 2000 e 2001. O último título foi em 2013, na Unidos de Vila Isabel.
A Imperatriz Leopoldinense, escola de samba em que Rosa conquistou cinco títulos, definiu a carnavalesca como “uma artista consagrada”. Em nota, a agremiação ainda destacou que Rosa sempre será referência para os amantes do Carnaval, pela história que ela ajudou a construir.
“Neste momento, faltam palavras para definir a grandeza de Rosa e de toda a sua trajetória não só no Carnaval, mas em toda a sua carreira, ao longo dos mais de 50 anos de trabalho dedicado à arte. (...) Rosa promoveu desfiles inesquecíveis aos olhos do público e de toda a crítica, e sempre estará marcada por sua elegância, pela entrega magistral em seus trabalhos, e principalmente por sua brasilidade nas histórias que contou ao longo de todo esse tempo”, publicou a escola de samba.
Trajetória
Filha dos escritores, Raimundo Magalhães Júnior e Lúcia Benedetti a carnavalesca dedicou-se à arte desde a infância. No silêncio do apartamento da família em Copacabana, criava milhares de desenhos para passar seu tempo.
Além da vitoriosa trajetória construída na avenida, Rosa também era artista plástica graduada em pintura e cenografia pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e em cenografia pela Unirio. Ela venceu o Emmy na categoria Melhor Figurino pelos trajes desenhados para a cerimônia de abertura jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, e foi responsável por projetar a solenidade de encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016.
Fluente em francês pela Faculté des Lettres et des Sciences Humaines de Nancy, Rosa era sinônimo de arte e cultura. Em 2022 foi agraciada com o título de Doutora Honoris Causa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) após doar um acervo com 5 mil croquis de figurinos e alegorias, com trabalhos de desfiles desde 1974, à instituição.