Vídeos curtos veiculados nas redes sociais são a principal fonte de informação dos jovens, à frente da mídia tradicional, segundo um relatório anual do Instituto Reuters.
"Os vídeos estão se tornando uma importante fonte de informação online, especialmente entre os mais jovens. Em certas áreas da Ásia, América Latina e África, as redes sociais são, de longe, a porta de entrada mais importante", destaca o relatório do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo, vinculado à Universidade de Oxford.
O relatório é baseado em pesquisas online realizadas pela empresa YouGov entre 95 mil pessoas em 47 países. Destaca-se o caso do Peru, onde 30% dos entrevistados afirmaram que o TikTok é a sua principal fonte de informação, contra 2% na Dinamarca.
Seguindo a tendência dos últimos anos, o estudo mostra que dois terços dos entrevistados em todo o mundo assistem a pelo menos um vídeo curto (alguns minutos) sobre um tema informativo toda semana.
O grande problema para a mídia tradicional é que quase 72% deste consumo de vídeo ocorre em plataformas e redes sociais, em comparação com apenas 22% nos seus sites originais, o que levanta questões sobre a sua capacidade de gerar lucro.
Assim como no ano passado, observa-se uma dicotomia entre as redes. No Facebook e no X (antigo Twitter), cujas audiências envelheceram, a mídia tradicional continua dominante, embora estas redes tendam a dar cada vez menos espaço à informação.
Mas no TikTok, Instagram, Snapchat e YouTube, de público mais jovem, a busca por informação é feita mais por meio de criadores de conteúdo e influenciadores do que por veículos tradicionais e jornalistas.
— Os consumidores adotam o vídeo porque é de fácil acesso e oferece uma grande variedade de conteúdos. Mas muitos veículos de comunicação tradicionais permanecem ancorados em uma cultura de texto e têm dificuldade em se adaptar — afirma Nic Newman, principal autor do texto.