Nesta quarta-feira (12), quando é comemorado o dia dos namorados, a especialista em Psicoterapia de Casais e de Famílias, falou ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, sobre relacionamentos na atualidade. Para ela, o amor é uma necessidade humana básica, mas a concepção contemporânea de amor romântico é uma invenção social.
— O amor é uma necessidade e o amor romântico é uma invenção, que já existe há muito tempo. Mas desde que a espécie é espécie, a gente precisa da conexão com o outro, porque senão a gente morre — explica Mariana, que também é doutora em Psicologia e pesquisadora da UFSCPA.
Ao mesmo tempo que o amor é algo construído em sociedade, a individualidade também é. A psicóloga afirma que, com a modernidade e essa concepção romântica, passamos a depositar toda a nossa necessidade amorosa, que antes era coletiva, em uma única pessoa.
— É importante o Dia dos Namorados, é importante celebrar o amor, mas temos que cuidar para não entrar nessa lógica comercial dessa data. Então, afinal de contas, para que a gente está celebrando o amor hoje. Eu acho que é uma pergunta importante que cada um deveria se fazer. Por que eu vou ao shopping comprar, comprar, comprar? Se a gente está falando que, na verdade, o amor tá nas coisas mais simples, cotidianas — diz, sobre o dia 12 de junho.
Entre as dificuldades nos relacionamentos, Mariana cita a falta de conversa sobre o dinheiro, que ainda é tratado como um tabu, assim como o sexo:
— Os casais têm dificuldade de falar no assunto. E o quanto é importante a gente poder incentivar que as pessoas possam conversar sobre esse assunto, porque o dinheiro implica várias questões: relações de poder, equilíbrio-desequilíbrio, a sensação e autoestima de cada um, como cada um se relaciona com o dinheiro. Então eu diria, sim, para os casais, se eles puderem conversar mais sobre todos os assuntos incluindo dinheiro e sexo.
A pesquisadora explica que observa uma diminuição das práticas sexuais por causa do estresse da vida cotidiana.
— Para a gente poder ter uma vida sexual mais satisfatória, a gente tem que poder também ter o espaço livre. Não podemos tratar como coisas marcadas, programadas, organizadas, como se fosse mais uma tarefa cotidiana. Não funciona — afirma.