Em meio a RS-452, foi inaugurada neste final de semana a segunda maior tirolesa do mundo, em Feliz, no Vale do Caí. Com extensão de 2,5 quilômetros, a travessia parte de uma altitude de 330 metros no Welt Platz, onde há uma vista panorâmica para a região. O passeio pode alcançar até 100 km/h.
De acordo com o idealizador do empreendimento, Henrique Rauber, esse era um sonho de criança, da sua época de escoteiro:
— Em 1994, a gente brincava de tirolesa neste parque (Parque Municipal de Feliz). A tirolesa era feita de forma artesanal. Hoje nem pode mais fazer. Depois de mais velho, olhei o espaço e vi a oportunidade.
Para a ideia sair do papel até o primeiro passeio de tirolesa, foram três anos. Hoje, o complexo Turismo de Natureza Happy Valen, como o empreendimento é chamado, está situado no Parque Municipal de Feliz e conta, além da tirolesa, com rapel, arvorismo, pedalinho, bike aquática e balanço contemplativo.
Mas a atração mesmo fica por conta da tirolesa, que, além de ser a segunda maior do mundo, é a maior das Américas. Só fica atrás do equipamento instalado nos Emirados Árabes, com 2,8 quilômetros de extensão.
Do total investido por Rauber, que é superior a R$ 8 milhões, R$ 800 mil foram concedidos pelo Badesul Desenvolvimento, por meio do Fundo Geral de Turismo (Fungetur). Na avaliação do presidente do Badesul, Claudio Gastal, o empreendimento pode impulsionar o turismo na região.
Além do aporte financeiro, a construção durou 14 meses e consumiu 70 toneladas de aço, 50 toneladas de madeira e 660 toneladas de concreto.
Como funciona
O início da travessia é na Welt Platz, uma área arrendada em cima do Morro das Batatas, em Feliz, que possibilita uma vista panorâmica do município. Ao todo, podem ir, por vez, até três pessoas deitadas (o chamado supervoo) ou sentadas. Durante o trajeto, a velocidade pode alcançar até 100 km/h, mas, ao final, um sistema de freios garante a parada. A chegada ocorre na Torre Multiatividades do complexo. A duração total do passeio é de quase três minutos.
As amigas Ana Lermen e Débora Knecht, de Bom Princípio, foram duas das dezenas de pessoas que fizeram o supervoo na tirolesa na manhã deste domingo (21). Elas se programaram para fazer o passeio juntas "no primeiro horário", às 9h, "para não desistir", conta a auxiliar administrativa Débora:
— Foi maravilhoso. Foi muito gostoso de ver toda Feliz. Em nenhum momento tu pensa "Ah, vou cair!". Tu está muito protegida.
A bancária Ana, "menos aventureira", como ela mesma se define, também curtiu o passeio:
— Estava com muito medo, mas foi muito bom. O ventinho que vem lá de cima...
O espaço fica aberto nas sextas-feiras, sábados, domingo e feriados, das 9h às 12h e das 13h às 17h. Os valores partem de R$ 145 e podem chegar a R$ 210 por pessoa.
Cuidados extras e acessibilidade
Da subida até a descida, há o cuidado para que o passeio seja o mais proveitoso e seguro possível, desde a conferência de fivela até a comunicação via rádio e televisão dos 25 funcionários do complexo. O equipamento foi projetado para suportar um peso de 16 toneladas, oito vezes mais do que a maioria das tirolesas.
A acessibilidade da diversão também chama atenção. A tirolesa de Feliz pode ser aproveitada por pessoas com dificuldade motora ou por cadeirantes. Conta com elevador e equipamentos específicos para garantir a acessibilidade durante todo o passeio.
— A gente queria o Happy Valen para todos, mas como a gente quer sem pensar em inclusão? Claro, a contrapartida é mais alta, mas dá espaço a todos — salienta Rauber.