A chegada do inverno será na próxima quarta-feira (21), mas o frio já é realidade em diversos Estados do Brasil. Para se proteger das baixas temperaturas, as pessoas precisam se vestir com peças adequadas, mas existem dúvidas sobre quais são os melhores tipos de roupas e se a quantidade realmente ajuda a enfrentar a queda nos termômetros.
A médica especialista em endocrinologia e metabologia e professora da escola de medicina da PUCRS Janine Alessi diz que o uso de roupas geralmente representa sim, uma camada de isolamento a mais, de grande necessidade em muitos casos.
— (A vestimenta) impõe uma barreira à transferência de calor e à evaporação do suor da superfície da pele. Além disso, tecidos mais pesados e estruturados apresentam o potencial de serem excelentes isolantes térmicos, protegendo o corpo nos dias mais frios — explica.
Quantas peças de roupa devo usar no inverno?
Janine salienta que não há estudos sobre quantas peças de roupa são de fato eficazes para barrar o frio, porém, é possível ter algumas pistas.
— Em teoria, três peças de roupas são capazes de manter o corpo bem aquecido, quando escolhidas de forma apropriada. No geral, recomenda-se utilizar uma camisa de poliéster, seda ou algum outro tecido que permita afastar o suor da pele como a primeira peça. A camada intermediária deve ser uma roupas isolante, idealmente com tecidos confortáveis, como um suéter de lã ou casacos de pena. Já a camada mais externa deve servir para bloquear o vento e outros aspectos ambientais, como chuva e neve — indica.
A especialista ressalta, ainda, a atividade corporal que o próprio organismo realiza perante ao frio. Segundo ela, o corpo humano é capaz de produzir respostas fisiológicas para manter o equilíbrio térmico e se proteger contra lesões causadas pelas diminuições no clima, independentemente da roupa utilizada.
— Entre as adaptações que ocorrem quando (o corpo é) exposto ao frio, a diminuição da temperatura periférica (na pele) e da temperatura central provoca alterações, como a contração dos vasos sanguíneos diminuindo o espaço interno para a circulação do sangue e reduzindo o fluxo sanguíneo na pele, processo conhecido como vasoconstrição. Com isso, a transferência de calor entre a pele, a gordura subcutânea e os músculos esqueléticos são reduzidas — conclui a especialista.