A noite de domingo (19) marcou a abertura oficial das apresentações do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. No total, seis escolas passaram pela avenida até a manhã desta segunda-feira (20). Acadêmicos do Grande Rio, Unidos da Tijuca e Estação Primeira de Mangueira foram destaques entre as apresentações.
Império Serrano, Mocidade Independente de Padre Miguel e Acadêmicos do Salgueiro também desfilaram pela Sapucaí. As apresentações foram marcadas por homenagens à Bahia e tributos a artistas como Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho.
Nesta segunda, as escolas Paraíso do Tuiuti (22h), Portela (entre 23h e 23h10min), Unidos de Vila Isabel (entre meia-noite e 0h20min), Imperatriz Leopoldinense (entre 1h e 1h30min), Beija-Flor de Nilópolis (entre 2h e 2h40min) e Unidos do Viradouro (entre 3h e 3h50min) farão seus desfiles.
Confira um resumo dos desfiles das escolas
Império Serrano
Após dois anos longe da elite, a Império Serrano retornou abrindo a primeira noite com o enredo Lugares de Arlindo. No desfile da alviverde, o cantor e compositor Arlindo Cruz foi homenageado por sua escola do coração. O sambista sofreu um AVC hemorrágico em 2017, enquanto estava tomando banho. Desde então, o cantor de 64 anos já passou por 14 cirurgias.
Um dos momentos mais emocionantes do desfile da Império Serrano ficou para o final: Arlindo desfilou no último carro da escola, junto com a esposa, Babi, e demais parentes. A alegoria representava um bar e trazia uma imensa escultura do sambista.
Acadêmicos do Grande Rio
Em busca do bicampeonato, a Grande Rio entrou na avenida homenageando a vida e obra do sambista Zeca Pagodinho. O enredo cantado pela escola de samba Ô Zeca, o pagode onde é que é? Andei descalço, carroça e trem, procurando por Xerém, pra te ver, pra te abraçar, pra beber e batucar!, retrata a vida no subúrbio, religiosidade e a trajetória do cantor e compositor.
O homenageado, Zeca Pagodinho, foi destaque no último carro alegórico da Grande Rio, que teve como rainha da bateria Paolla de Oliveira.
Mocidade Independente de Padre Miguel
Terceira escola de samba a desfilar pela Sapucaí, a Mocidade Independente de Padre Miguel levou Pernambuco, mais precisamente Caruaru, para a avenida, ao cantar o legado do Mestre Vitalino e o Alto do Mouro, considerado um dos maiores artistas da arte do barro do Brasil. Para isso, o tema Terra de Meu Céu, Estrelas de Meu Chão contou com a criatividade de 400 discípulos de Vitalino, que exibiram nas alegorias a arte genuína do ceramista.
Unidos da Tijuca
O tema do desfile da Unidos da Tijuca, quarta escola a desfilar na Sapucaí, foi a Baía de Todos os Santos, na Bahia. Com uma narrativa lúdica, a agremiação levou à avenida sereias, peixes, botos, histórias de pescadores, festas e lendas da população ribeirinha local. O enredo É onda que vai… É onda que vem… Serei a Baía de Todos os Santos a se mirar no samba da minha terra marcou a tentativa da escola de conseguir seu quinto título do Grupo Especial.
O desfile contou com a participação da atriz Juliana Alves, antiga rainha de bateria, e da cantora Lexa. No último carro, a escola enfrentou problemas com a estátua de um farol, que entrou um pouco tombada na avenida, após esbarrar em um viaduto.
Acadêmicos do Salgueiro
Celebrando 70 anos de história, a Acadêmicos do Salgueiro foi a penúltima escola a desfilar, apresentando um novo olhar para o Jardim do Éden. Com o enredo Delírios de um paraíso vermelho, a agremiação fez uma homenagem ao carnavalesco Joãosinho Trinta, além de críticas aos preconceitos, pecados e à disputa entre o bem e o mal.
Durante a passagem da Salgueiro pela Sapucaí, chamou a atenção o tamanho do carro abre-alas, que representava o Jardim do Éden, com 100 metros de comprimento e até 20 metros de altura.
Estação Primeira de Mangueira
O encerramento da primeira noite de desfiles ficou por conta da Estação Primeira de Mangueira, que homenageou as diferentes Áfricas que ajudaram a construir o Carnaval na Bahia. O enredo As Áfricas que a Bahia canta marcou a busca da escola por seu 21º título no Grupo Especial.
Em sua apresentação, a Mangueira contou a história de forma cronológica, iniciando pelos cortejos afro-baianos do século 19 e indo até os dias de hoje. A cantora Alcione, rainha da escola, e a ministra da Cultura, Margareth Menezes, participaram do desfile na Sapucaí.