Mimi Reinhardt, a secretária do industrial alemão Oskar Schindler, morreu aos 107 anos em Israel, onde morava desde 2007. Ela ficou conhecida por salvar a vida de milhares de judeus durante o regime nazista de Hitler na Segunda Guerra Mundial. A morte foi divulgada pela família na última sexta-feira (8), de acordo com o jornal Folha de S. Paulo.
De origem austríaca e religião judaica, Mimi Reinhardt viveu em Cracóvia, na Polônia, antes da Segunda Guerra. Ela foi contratada por Oskar Schindler, um industrial alemão, espião e membro do Partido Nazi, para quem trabalhou até 1945.
Durante a guerra, Mimi compilou listas de funcionários judeus na cidade de Cracóvia para trabalhar na fábrica de seu chefe. Com isso, eles acabavam sendo salvos dos campos de extermínio nazistas. Estima-se que foram salvos, ao menos, 1,3 mil judeus por causa disso.
A história ficou conhecida a partir do filme A Lista de Schindler (1993), dirigido por Steven Spielberg, que ganhou sete Oscars. No filme, porém, a figura de Mimi Reinhardt não existe. Quem faz as listas com os nomes dos judeus é um sócio de Schindler. À imprensa, ela contou ter sido convidada para a estreia do filme em Nova York, mas precisou sair antes da exibição por ser muito difícil para ela se deparar com aquelas lembranças.
Reinhardt se mudou para Nova York após a guerra e, em 2007, foi morar em Israel, aos 92 anos, para ficar mais próxima do seu filho, Sacha Weitman, então professor de sociologia da Universidade de Tel Aviv, e netos. Nos últimos anos, ela viveu em uma casa de repouso em Herzliya, cidade ao norte de Tel Aviv.
Sua neta Nina escreveu uma mensagem aos parentes vista pela agência de notícias AFP: “Minha avó, tão querida e tão única, faleceu aos 107 anos. Descanse em paz”.