O coronavírus deixou tristeza para milhares de famílias, mas também houve quem conseguiu passar pelos primeiros 12 meses da pandemia superando obstáculos, distribuindo amor e inspirando pessoas. GZH conta histórias inéditas e revisita outras três publicadas ao longo de 2020. Elas mostram que, mesmo em meio às dificuldades, é possível encontrar esperança e compartilhá-la. Conheça, abaixo, a história da família Costa:
A chegada de Ana Laura, 14 anos, no início do ano passado, completou a família sonhada pelo casal de empresários Michelle e Marcelo Costa, de 40 e 42 anos, respectivamente, que já haviam adotado os outros três irmãos da adolescente, Lucas, 10, Sara, 12, e Alice, 16. Em meio a um ano de mudanças profundas para a família, moradora de Porto Alegre, devido também à pandemia de coronavírus, foi preciso comprar um carro maior e mudar duas vezes de casa, até que encontrassem a moradia ideal para todos. Neste verão, os seis saíram pela primeira vez como uma família. Numa ida de três dias a uma praia mais isolada no Litoral Norte, aproveitaram para tirar muitas fotos.
— Saímos pouquíssimas vezes em 2020 e, depois dessa ida rápida à praia, quase não deixamos mais nossa casa. Por isso, acabamos buscando um lugar maior para vivermos — justifica Michelle.
Entusiasmada, a comerciante conta que, com os filhos, está preparando a primeira horta da turma e também instalaram uma piscina para curtirem durante o verão.
— Agora, eles pediram uma casa na árvore, e estamos fazendo aos poucos. Mas é difícil tirá-los da frente da TV, do videogame e do celular — revela a mãe, aos risos.
A história da família foi contada em GZH em novembro de 2020. Michelle e Marcelo namoraram por três anos até se casarem e decidirem ser pais. Porém, descobriram que não podiam gerar um filho biológico juntos. Quando tinha 11 anos, Michelle enfrentou 28 sessões de quimioterapia e 45 de radioterapia para eliminar um rabdomiossarcoma, um tumor maligno no abdômen, que atingiu o ovário direito e a deixou estéril. Sem avaliarem a possibilidade de adoção, os dois mantiveram a intenção da paternidade por meio de inseminação artificial. Até realizarem o procedimento, previsto para ocorrer em 2018, optaram por morar em um apartamento de um quarto.
A história mudou em fevereiro de 2018, quando o casal foi convidado por amigos para participar de uma ação social e religiosa em lares de crianças acolhidas pelo Estado. A empresária temia não saber lidar com a questão de ir ao local, conviver com os moradores e não poder levá-los para casa. No fundo, admite, queria ser mãe de todos. Foi lá que eles conheceram os quatro irmãos. Lucas e Sara foram os primeiros a serem adotados. Depois, chegou Alice. A última a se unir à família foi Ana Laura.
Apesar de todas as dificuldades impostas pela pandemia, foi durante o período de distanciamento social que os Costa puderam ficar ainda mais tempo juntos, se descobrindo como uma nova família.