O reforço da Operação Verão termina no domingo (28) e, mesmo que o trabalho continue com efetivo reduzido até 15 de março, os guarda-vidas já registraram praticamente o dobro de salvamentos no litoral e em águas internas em relação ao mesmo período da temporada passada. São 768 resgates, um aumento de 95%. Além disso, ocorreram 10 mortes por afogamento contra apenas duas no último verão.
Os dados são referentes a 70 dias de monitoramento, entre 19 de dezembro do ano passado até sexta-feira (26). Já na temporada temporada anterior, até 26 de fevereiro de 2020, quando eram contabilizados 68 dias da operação, havia o registro de 393 salvamentos. O Litoral como um todo teve aumento do número de resgates, mas nas águas internas, houve uma redução de 45% em relação ao verão passado. Capão da Canoa, Torres e Arroio do Sal foram as praias que lideraram o número de resgates no mar. Neste verão, houve ainda mais de 244 mil ações preventivas, 28,6 mil casos de lesões por água-viva e 217 pessoas perdidas que foram localizadas na faixa de areia.
O major Isandré Antunes, da Operação Verão, diz que a estatística é feita em relação a ações nas áreas com guaritas e em horário de atuação dos guarda-vidas. Em relação ao número de 10 óbitos nesta temporada, nove casos foram no Litoral Norte e um no Litoral Sul. Mas o alerta se estende para áreas em que não tem monitoramento no Estado, principalmente barragens e açudes, além de rios e lagoas. Segundo Antunes, houve o registro da morte de 56 pessoas afogadas neste verão, até agora. Em todo o período da temporada passada, até metade de março, foram 60 mortes.
Motivos
O major Antunes diz que houve um conjunto de fatores para o aumento de resgates e óbitos de pessoas na água, mas com um motivo a mais neste verão. Segundo ele, a busca por locais mais remotos e longe da atuação dos guarda-vidas devido ao distanciamento social foi uma das principais causas - principalmente nos primeiros dias da temporada. Segundo ele, a regra vale para as áreas sem monitoramento também.
- Ressalto que constatamos um comportamento mais exagerado dos banhistas aos finais de semana e sem atender às orientações sobre riscos, ingresso na água após a ingestão de bebidas alcoólicas em demasia e o uso inapropriado de boias e colchões infláveis - ressalta Antunes.
Reforço
A Operação Verão do governo gaúcho terá os 1.053 servidores responsáveis pelo monitoramento de banhistas até este domingo. Este será o último fim de semana em guaritas do litoral e das águas internas. Da próxima segunda-feira até 15 de março, a ação terá redução de 40% do efetivo, ficando apenas 300 guarda-vidas. Antunes ressalta que eles não ficarão mais nas guaritas, mas sim na orla e em movimento. O objetivo é prevenir e orientar banhistas sobre riscos na água e sobre aglomerações.
- Uma forma de como vamos atuar, é que neste sábado colocamos, depois de 15 anos, a bandeira preta nas guaritas. O motivo é para alertar sobre aglomerações, já que a bandeira vermelha, que passamos a usar, indica mar perigoso. Seguimos colocando bandeiras pretas na faixa de areia como sinal de perigo e agora colocamos nas guaritas excepcionalmente por causa do distanciamento social - alerta Antunes.
Neste fim de semana também terminam os reforços de no policiamento ostensivo da Brigada Militar e de investigação da Polícia Civil, assim como em relação a servidores da perícia e do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) nas praias gaúchas. Neste verão, houve um reforço total de 3,2 mil servidores.
Temporada 2021
70 dias entre 19/12/2020 a 26/02/2021 - Salvamentos: 768
- Litoral Norte: 676
- Litoral Sul: 66
- Águas internas: 26
- Mortes por afogamento:
- Litoral Norte: 9
- Litoral Sul: 1
- Águas internas: 0
* Observação: apenas óbitos em área e horário de atuação dos guarda-vidas
Temporada 2020
68 dias entre 21/12/2019 a 26/02/2020 - Salvamentos: 393
- Litoral Norte: 302
- Litoral Sul: 44
- Águas internas: 47
- Mortes por afogamento:
- Litoral Norte: 1
- Litoral Sul: 0
- Águas internas: 1
* Observação: apenas óbitos em área e horário de atuação dos guarda-vidas