Nesta sexta-feira, 20 de novembro, está marcado no calendário como o Dia da Consciência Negra no Brasil. Muitas pessoas se perguntam por qual motivo essa data precisa existir em um país cuja maior parte da população se declara preta ou parda e, no qual, existem poucos casos de racismo. Quase nenhum, eu diria.
E é realmente uma pergunta interessante de se fazer, já que vivemos em uma nação em que é comum ver negros ocupando cargos de chefia em grandes empresas e com vasto espaço na mídia. Afinal, os negros também são maioria nas universidades.
A gente vê muito mais negros como advogados, médicos, juízes, ministros, jornalistas e apresentadores de TV, por exemplo, do que não negros.
O que não é comum no Brasil são casos de pessoas negras perseguidas dentro de estabelecimentos comerciais pelos seguranças por acharem o “elemento suspeito”.
E essa história de que os negros sofrem mais com abordagens policiais e frequentemente são comparados a bandidos? Muito raro. A gente sempre consegue respirar.
Absurdo
Não é porque o Brasil teve cerca de 300 anos de escravidão e foi o último país a terminar com essa condição que hoje os negros têm mais dificuldade no acesso a educação, a emprego ou a uma vida digna.
Também não é porque quando os negros escravizados foram libertados, e a sociedade brasileira preferiu contratar mão de obra europeia ao invés de dar oportunidade de trabalho para os que já viviam aqui, que podemos dizer que os negros recém-libertos foram deixados à própria sorte. Ou, que foram vítimas de preconceito e precisaram se abrigar nas áreas periféricas, dando origem às hoje chamadas de periferias, ou favelas.
Mas se tu, que estás lendo esse texto, percebeu algum absurdo nele, creio que a resposta para o motivo pelo qual é necessário existir o Dia da Consciência Negra está dada.
Como diz o samba de Jorge Aragão chamado Identidade, “Somos herança da memória, temos a cor da noite, filhos de todo açoite, fato real de nossa história”.