Mesmo que o número de casamentos esteja em queda pelo quarto ano consecutivo, ainda há mais uniões sendo celebradas do que desfeitas no Brasil. São três casamentos para cada divórcio, de acordo com o levantamento Estatísticas do Registro Civil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quarta-feira (4).
Entre ações judiciais e extrajudiciais, foram 385.246 divórcios registrados no país em 2018, ante 1.053.467 casamentos. A quantidade de divórcios concluídos por via judicial é a maior já contabilizada pelo instituto em quase 35 anos: 306.376.
No ranking nacional, o Rio Grande do Sul está entre os 10 Estados onde menos ocorrem dissoluções de casamentos, com 1,9 divórcio por grupo de mil habitantes. No Brasil, esse índice é de 2,6 divórcios por mil habitantes. O campeão em divórcios é o Estado de Rondônia, com 3,8 por mil habitantes, seguido de Mato Grosso do Sul (3,5), São Paulo (3,4) e Tocantins (3,4), Alagoas e Espírito Santo (3,2) e Distrito Federal (3,1).
Segundo o IBGE, os relacionamentos, ao se observarem as datas oficiais de início e término (casamento e divórcio), tornaram-se menos duradouros: hoje em dia, as uniões se mantêm ao longo de 14 anos. Em 2008, a duração era de 17 anos. Na data do divórcio, a idade média das mulheres é de 40 anos, e a dos homens, 43 anos.
Quanto a este último ponto, Mara Lins, psicóloga e terapeuta de casal, destaca que, no contexto em que está inserida a sociedade contemporânea, marcado pela efemeridade e pela busca do prazer imediato, as pessoas estão desaprendendo a lidar com dificuldades.
– A vida é difícil, não é justa, temos que batalhar pelas conquistas. No trabalho, se precisam de algo urgente de nós, damos um jeito. Por que na relação conjugal achamos que basta o fato de estarmos com a pessoa? Casamento dá trabalho, exige lidar com diferenças, com mal-estar. Não mudamos a personalidade do outro, não mudamos as emoções do outro. O que você está fazendo pela sua relação? Tem que cuidar dela. As pessoas desaprenderam isso. A relação conjugal é das relações mais intensas que temos – analisa Mara, diretora do Centro de Estudos da Família e do Indivíduo.