Era como se lhe enfiassem lâminas afiadas através dos olhos. Na sua lembrança daquela madrugada de 10 de dezembro de 2014, era esta a sensação do maestro e professor de música Maurício Moreira, cego havia 14 anos, em decorrência de glaucoma. Ele padecia de uma grave conjuntivite e pegou um retrato de sua conterrânea Irmã Dulce (1914-1992), o Anjo Bom da Bahia, e rogou a ela por alívio e uma boa noite de sono. Quando despertou, poucas horas depois, ele aceitou as compressas com gelo que a esposa, Marize Mendonça, entregou-lhe para combater o inchaço. Até então, Moreira convivia com uma "nuvem de fumaça" permanente nas vistas, sendo capaz de diferenciar apenas dia e noite, claro e escuro. De repente, enxergou a própria mão.
Anjo Bom da Bahia
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Freira, que dedicou a vida a angariar recursos para tratar de doentes pobres, é conhecida como milagreira no Nordeste