A religiosa baiana Maria Rita Lopes Pontes, a irmã Dulce (1914-1992), será canonizada no dia 13 de outubro deste ano, em celebração com a presença do papa Francisco no Vaticano. Irmã Dulce é a primeira mulher nascida no Brasil que receberá o título de santa.
A canonização foi a terceira mais rápida da história a partir da data da morte: 27 anos, contra 19 anos no caso de Madre Teresa e nove anos no de João Paulo 2º.
O segundo milagre reconhecido pelo Vaticano foi a cura instantânea da cegueira de um maestro que hoje tem 50 anos. Maurício Moreira teve o nome divulgado nesta segunda-feira (1) em coletiva de imprensa realizada em Salvador, segundo o site G1.
Moreira conviveu com a cegueira durante 14 anos e voltou a enxergar de forma permanente desde 2014. A cura teria acontecido em um dia em que ele estava com uma conjuntivite e com dores agudas nos olhos e clamou por irmã Dulce por uma solução. No dia seguinte, ele teria voltado a enxergar.
— Não tinha explicação. Era um paciente que estava cego e que, de um dia para o outro, ele volta a enxergar, sem explicação — afirma Sandro Barral, médico das Obras Sociais Irmã Dulce e que foi perito inicial da causa.
Antes de ser encaminhado para Roma, o caso foi analisado por oftalmologistas de Salvador e São Paulo, que examinaram pessoalmente o paciente e não encontraram explicação para a cura.
O milagre foi avaliado por uma comissão de médicos em Roma, que também não encontraram explicação científica para o acontecimento. Na sequência, o caso foi analisado por uma comissão de teólogos e depois por uma comissão de cardeais.
Já o primeiro milagre de irmã Dulce foi reconhecido em 2001, nove anos após sua morte, quando Cláudia Cristiane dos Santos relatou ter tido uma hemorragia após o parto e ser curada depois de o padre José Almi de Menezes rogar à freira baiana. Depois da beatificação, Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) informou que recebeu milhares de relatos de pessoas que afirmaram ter obtido graças por meio do “O Anjo bom da Bahia”.
Programação após canonização
O arcebispo de Salvador, dom Murilo Krieger, comunicou que, no dia 14 de outubro, um dia após a canonização, está prevista uma missa na Igreja de Santo Antônio dos Portugueses, em Roma, em reconhecimento ao dom da religiosa.
Seis dias depois, no dia 20 de outubro, uma grande celebração ocorrerá na Arena Fonte Nova, em Salvador. O Vaticano informou que outros quatro santos também vão ser canonizados no mesmo dia de irmã Dulce.
O Vaticano já havia reconhecido como santos brasileiros Madre Paulina (canonizada em 2002), o Frei Galvão (2007), o padre José de Anchieta (2014), além dos mártires Roque Gonzalez, Afonso Rodrigues e João de Castilho, mortos no Rio Grande do Sul no século 17 (1983) e os 30 mártires assassinados no século 17 no Rio Grande do Norte (2017).
*Com informações de G1 e Folhapress