O Vaticano anunciou, na manhã desta segunda-feira (1º) que a cerimônia para a canonização de irmã Dulce ocorrerá em 13 de outubro deste ano, quando ela será proclamada santa. A divulgação foi feita durante o Consistório Ordinário Público para a Canonização, presidido pelo papa Francisco, e divulgado pelo Vatican News.
Em 13 de maio deste ano, o Papa reconheceu um segundo milagre atribuído à irmã Dulce, conhecida como "O anjo bom da Bahia", também lembrada pelas obras de caridade e pela assistência aos mais pobres e necessitados.
"Com o Decreto autorizado pelo Santo Padre reconhecendo o milagre atribuído à intercessão de Irmã Dulce, a Beata será proximamente proclamada Santa em solene celebração de canonizações", informa a nota postada no site.
Ainda de acordo com a publicação, o papa Francisco recebeu, em audiência na segunda, o cardeal Angelo Becciu, prefeito do Congregação das Causas dos Santos, que autorizou o Dicastério vaticano a promulgar o decreto.
Três graças alcançadas por devotos, após realizarem orações pedindo ajuda de Irmã Dulce, estavam em análise pelo Vaticano, com vista no processo de canonização da religiosa. Esses três casos foram mandados ao Vaticano pelas Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) em 2014, após avaliação de profissionais da própria instituição.
O primeiro milagre de Irmã Dulce foi reconhecido em 2001, nove anos após sua morte.
Além de Irmã Dulce, serão canonizados os seguintes beatos: John Henry Newman, cardeal, fundador do Oratório de São Filipe Néri na Inglaterra; Giuseppina Vannini (no século Giuditta Adelaide Agata), fundadora das Filhas de São Camilo; Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, fundadora da Congregação das Irmãs da Sagrada Família e Margherita Bays, Virgem, da Ordem Terceira de São Francisco de Assis.
Trajetória de irmã Dulce
Nascida em 1914 em Salvador, irmã Dulce foi membro da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus. Teve uma trajetória de fé e obstinação na qual enfrentou as rígidas regras de enclausuramento da Igreja Católica para prestar assistência a comunidades pobres da capital baiana, trabalho que realizou até a morte, em 1992.
Foi responsável pela criação das Obras Sociais Irmã Dulce, um dos maiores complexos de saúde com serviço gratuito do Brasil, que atualmente faz, em média, 3,5 milhões de atendimentos ambulatoriais por ano.