Um grupo de 19 padres e acadêmicos conservadores católicos pediram aos bispos que denunciem o Papa Francisco como herege. A iniciativa parte dos setores ultraconservadores da Igreja, que se opõem às posições do Pontífice em temas como comunhão para divorciados e diversidade religiosa. As informações são de O Globo.
O mais proeminente no grupo é o padre Aidan Nichols, clérigo britânico de 70 anos da ordem dominicana que escreveu muitos livros e é um dos mais reconhecidos teólogos do mundo anglo-saxão. Os outros são menos conhecidos. “Tomamos esta medida como último recurso para responder ao prejuízo acumulado causado pelas palavras e ações do Papa Francisco ao longo de vários anos, que deram origem a uma das piores crises da História da Igreja Católica”, escreveram em uma carta aberta de 20 páginas.
O texto ataca Francisco por supostamente amolecer a posição da Igreja em uma série de assuntos. Os autores dizem que ele não tem se declarada abertamente o bastante contra o aborto, tem sido muito hospitaleiro aos homossexuais e tolerante demais com protestantes e muçulmanos.
Vaticano não quis comentar
A carta foi publicada nesta terça-feira (30) no LifeSiteNews, site católico conservador que frequentemente é usado como plataforma para ataques ao Papa. No ano passado, o portal divulgou um documento de um ex-embaixador do Vaticano em Washington, o arcebispo Carlo Maria Vigano, pedindo a renúncia do Papa.
Um porta-voz do Vaticano não quis comentar a carta, que inclui dezenas de notas de rodapé, versículos da Bíblia, pronunciamentos de vários Papas anteriores, e uma bibliografia em separado. A carta convida as pessoas a se juntarem a um abaixo-assinado on-line. Endereçada aos bispos católicos, a carta diz que “assim, pedimos que Vossas Reverendíssimas urgentemente lidem com a situação da adesão pública do Papa Francisco à heresia”.