Tyler Semple, um menino de cinco anos que mora no Reino Unido, precisou enfrentar uma de suas maiores dificuldades para tentar salvar a mãe: falar com estranhos. Diagnosticado com autismo, Tyler se viu em uma situação em que teve que agir. Precisou ligar para os paramédicos para que viessem socorrê-la. As informações são do G1.
No dia 21 de setembro, logo após chegar em casa, Charley-Anne Semple, mãe de Tyler, não se sentiu bem e acabou perdendo a consciência, deixando Tyler e sua irmã Annabella, de três anos e também diagnosticada com autismo, sem entender muito bem a situação. Por ter um problema de saúde, Charley é suscetível a passar por esse tipo de episódio.
Tyler então decidiu telefonar para o serviço de ambulância, mas com certa dificuldade. Ele não conseguia responder às perguntas que os paramédicos lhe faziam, o que dificultava o entendimento.
— Ele disse ao serviço de emergência que eu estava morta e que teria comido uma maçã envenenada por uma bruxa feia. Eles devem ter pensado que era um trote. Tyler ficava repetindo o endereço completo de nossa casa e não respondia nenhuma das perguntas que lhe faziam — disse Charley.
A mãe acredita que Tyler tenha dito que tinha autismo, o que ajudou os operadores do outro lado da linha a compreender do que se tratava e que encontrassem a melhor forma de ajudar. Pediram, então, para que ele fosse com a irmã pequena até a casa de uma vizinha pedir ajuda.
Ao chegar na casa da família, a vizinha precisou entrar pela janela, já que a porta havia se fechado quando as crianças foram buscar ajuda, tornando a situação ainda mais dramática. Charley conta que Tyler tem muita dificuldade para conversar com outras pessoas e que ficar 10 minutos no telefone para pedir socorro deve ter sido um desafio para o menino.
— Estou muito orgulhosa das crianças por terem mantido a calma. Meus filhos provaram a si mesmos que conseguem lidar com situações como essa. Repassar o endereço, receber instruções.... Essas são coisas que ele considera muito difíceis — contou Charley.
Reconhecidos pela coragem
Tyler e Annabella foram reconhecidos pela coragem e receberam da Sociedade Nacional de Autismo do Reino Unido um certificado de reconhecimento. Para a instituição, seria um feito fantástico para qualquer criança de cinco anos, mas significa ainda mais quando ela tem autismo.
"Muitas crianças com autismo já acham difícil se comunicar com pessoas que elas conhecem, imagina pegar um telefone e falar com um desconhecido", declarou a instituição.
O serviço de emergência que atendeu Charley disse que Tyler sabia exatamente o que fazer e que foi muito corajoso "diante de uma situação que deve ter sido assustadora para ele".