Uma equipe de cineastas esteve em Caxias do Sul para documentar a rotina de uma criança autista. É o dia a dia de Sophia Carolina Ely, de cinco anos, que interessou a uma equipe de diretores do Rio de Janeiro e São Paulo. Ela será um dos personagens de um documentário que retratará o autismo como estudo e também manifestação de carinho e amor.
A ideia surgiu do diretor Johnny Araújo, que é tio de uma criança autista e se interessou pela tema. Quem atendeu ao chamado dele foi o cineasta e também diretor do filme chamado Um Olhar que Fala, Leandro Lima, do Rio de Janeiro. Não há data prevista de lançamento. As filmagens ocorreram na primeira quinzena de maio em Caxias, com equipe de cinco profissionais.
— No momento em que conheci a Sophia, comecei a me encantar e surgiu então uma troca muito legal. A ideia é querer ajudar de alguma forma a questão da inclusão, debatendo o autismo em formas como essas crianças são recebidas nas escolas, e como adultos, como viverão daqui 20 anos? — questiona Lima.
A equipe acompanhou por dois dias a ida de Sophia à escola, a tratamentos de neurologia e fonoaudiologia, e acima de tudo, ao calor e companheirismo dos pais Raquel e Daniel Ely. Ela, consultora em Educação Inclusiva e especialista em Neurociências, e ele, administrador de empresas, decidiram levantar a bandeira pela propagação de informações sobre o tema, e formam uma família que dedica bastante tempo e investimento em melhorar a qualidade de vida de Sophia.
— A Sophia vai fazer um mapeamento do DNA, e chegamos ao nome dela por meio de laboratórios. A família dela é muito dedicada, e a questão do diagnóstico dela ter acontecido no início certamente é um diferencial — explica Leandro.
Sophia foi diagnosticada com autismo aos 14 meses, quando sua família morava nos Estados Unidos, e será uma das histórias abordados no material. O filme ainda está na fase de captação de recursos, e o material filmado em Caxias do Sul servirá como uma espécie de trailer, apresentado para os possíveis investidores.
— A Sophia nos surpreendeu, ela adorou andar por aí com as câmeras atrás dela. É bom poder mostrar o trabalho de amor que temos com ela, que requer bastante dedicação mas depois os resultados aparecem. Se ela entende inglês, português e espanhol, é por conta do treinamento multidisciplinar que recebeu nos Estados Unidos e pelo empenho de toda família — completa.
Além do documentário, Caxias irá sediar um seminário especializado neste tema, com cientistas que comandaram pesquisas internacionais escalados como palestrantes.
Seminário
:: O quê: O seminário irá aprofundar conhecimentos sobre o autismo, visando a melhorar os processos de inclusão e terapêutica, bem como a qualidade de vida das pessoas acometidas.
:: Quando: 12 de setembro, às 17h30min.
:: Onde: no UCS Teatro, no bloco M, em Caxias do Sul.
:: Quanto: R$ 25 (estudantes, professores e monitores), R$ 35 (associados da CIC), R$ 50 (público em geral).
:: Inscrições: até 12 de setembro, as vagas são limitadas.
:: Informações no site http://unitea.com.br/.