Primeira professora com síndrome de Down do país, Débora Seabra ressaltou na manhã desta quarta-feira (21) que tinha o objetivo de destacar a importância da prática do ensino da inclusão para acabar com o preconceito quando divulgou uma carta à desembargadora do Rio de Janeiro Marília Castro Neves. A magistrada usou as redes sociais para criticar educadores com Down.
Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, a autora do livro infantil Débora Conta Histórias (Alfaguara Brasil, 2013), que há 13 anos trabalha como docente auxiliar em uma escola de Natal, disse que preconceito é crime. E emendou:
— Quem discrimina é criminoso — afirmou.
Considerada um exemplo no desenvolvimento de ações educativas no país, ela recebeu, em 2015, o Prêmio Darcy Ribeiro de Educação. Entusiasta do ensino às crianças, afirmou:
— A inclusão não é só usar o verbo, é fazer a inclusão acontecer mesmo.
Débora foi mais um alvo das postagens realizadas pela integrante do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que recentemente também publicou notícias falsas sobre a vereadora assassinada Marielle Franco. No Facebook, a desembargadora escreveu um texto sobre professores com Down. Em certo momento, ela questiona: "o que será que essa professora ensina a quem???? Esperem um momento que eu fui ali me matar e já volto, tá?".
Em resposta, Débora divulgou uma carta em que diz ensinar muitas coisas às crianças, "a principal é que elas sejam educadas, tenham respeito pelas outras, aceitem as diferenças de cada uma, ajudem a quem precisa mais".