Nove meses depois de a carência de recursos ameaçar as cirurgias de correção de descolamento de retina feitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital Banco de Olhos, de Porto Alegre, a instituição assegura a manutenção do serviço depois que os valores repassados pela Secretaria Municipal de Saúde receberam o incremento de R$ 100 mil mensais do governo estadual.
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O contrato para o repasse dos recursos entre Estado e prefeitura de Porto Alegre ainda está sendo organizado. Com isso, o Banco de Olhos não precisou cancelar o Disque Retina, serviço usado para regular esses procedimentos. De acordo com o hospital, os atendimentos pelo sistema público seguem ocorrendo normalmente.
Os recursos para financiar o atendimento pelo SUS no Banco de Olhos são repassados pela Secretaria Municipal de Saúde, que recebe cerca de R$ 574 mil por mês do Ministério da Saúde para fazer também atendimentos de quem não mora na Capital. Desse valor, 55% são para atendimentos de pessoas do Interior e 45% para os de Porto Alegre. O percentual de atendimentos vindo de outras cidades, porém, chegaria a 70%, o que justificaria um aporte maior.
Na época do risco de cancelar o Disque Retina, serviço usado para regular as cirurgias de deslocamento de retina, o Ministério Público do RS instaurou inquérito para tratar do assunto, que ficou aos cuidados da Promotoria de Defesa dos Direitos Humanos. Segundo informações da assessoria da promotora Liliane Dreyer, em 18 de abril, o atual secretário municipal de saúde, Erno Harzheim, esteve em audiência no MP e confirmou a recontratação de valores a serem repassados ao Banco de Olhos para os atendimento via SUS. No entanto, não foram informados os detalhes da medida, o que deve ocorrer em junho em nova audiência na promotoria.
Atualmente, o hospital é referência para correção de descolamento de retina pelo SUS na Capital e está entre um dos mais bem conceituados do país em cirurgia a laser para a correção da miopia, hipermetropia e astigmatismo.