Será perfeitamente possível, em 2027, viver isolado, sem contato direto com qualquer outra pessoa. Bastará dar um comando para pedir um lanche e recebê-lo na janela de casa, entregue por um drone.
Leia também:
Como será o mundo em 2027
Carros inteligentes, skates voadores? Como será o transporte em 2027
Americano fala sobre viver com robô que entende expressões humanas
As compras do supermercado chegarão no horário agendado. Ter de pegar fila no banco será só uma memória distante. O trabalho em casa se tornará cada vez mais comum, com reuniões virtuais superando as presenciais nas empresas. Tudo isso será viável com a tecnologia da próxima década. Mas será que é isso que queremos?
Para pesquisadores, professores e futurólogos, o desafio de pensar nas interações sociais dentro de 10 anos não está em como as pessoas vão se comunicar, mas no quanto irão, efetivamente, se relacionar. O contato face a face, pelo smartphone, com pessoas que estão a milhares de quilômetros de distância já é rotineiro, e logo projeções e o uso da realidade virtual tornarão possível sentir-se verdadeiramente ao lado de alguém que está longe. Mas e as relações presenciais, como ficam?
– O isolamento é uma tendência. E isso traz riscos, como o de se ter menos contato com o diferente. É fácil antever jovens que, como terão tudo na internet, vivam completamente sozinhos. Mas, sendo otimista, acho que as pessoas vão querer sair disso. Só que será preciso esforço – avalia o futurista britânico Ray Hammond, que há 35 anos trabalha com previsões.
Dentro desse mundo isolado – para quem assim o quiser –, a convivência com robôs deve ganhar força. Máquinas humanoides que dão "bom dia", percebem quando algo não vai bem e sugerem o que fazer já têm saído dos centros de pesquisa, e dentro de alguns anos haverá exemplos de pessoas "casando-se" com projeções.
Idioma e distância não serão barreiras
Entre as pessoas reais, com a distância deixando de ser uma barreira, haverá a formação de amizades muito mais por interesses em comum do que por proximidade física. Com a crescente precisão de tradutores automáticos, nem a língua será obstáculo.
– Haverá muito mais grupos formados em torno de interesses e valores comuns, com pessoas de qualquer lugar do mundo, e conversar com elas será tão fácil quanto é hoje falar com alguém que está na sua frente – estima o coordenador do Programa de Estudos do Futuro (Profuturo), James Wright.
Ninguém duvida de que as redes sociais continuarão a existir. Talvez não Facebook, Twitter e Snapchat, como hoje. Em 2027, o contato online poderá ocorrer de maneira mais imersiva: existirão salas de realidade virtual para fãs de determinada série, gênero musical ou esporte.
Bastará colocar óculos ou lentes e entrar em um mundo onde será possível interagir com pessoas reais em um ambiente online, como se todos estivessem lado a lado. Quem sabe até não será possível ver atores, músicos ou atletas ali no meio?