Leonardo Trindade tem 18 anos e nunca havia participado de um ensaio fotográfico, apesar da vontade da mãe, a pedagoga Maura Reis, 50 anos, de fotografá-lo num estúdio. Nas vezes em que ela pensou na possibilidade, ouviu as mais diferentes recusas de profissionais: desde a questão da idade até a falta de fotogenia do jovem, que não costuma olhar para a câmera. A mãe acredita que as negativas estão relacionadas ao preconceito, por Leonardo ser portador da síndrome de Down. A possibilidade de o adolescente ter as próprias imagens surgiu com o projeto Especiais do Bem, criado pela fotógrafa Marileia Schmitt, 32 anos, mais conhecida como Mari Schmitt.
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Ao contrário dos que se negaram a fotografar o filho de Maura, Marileia sempre quis registrar crianças portadoras de síndrome de Down, autismo e outras necessidades especiais. Quando se tornou profissional da imagem, em 2012, ela pesquisou cursos que lhe ajudassem a se aperfeiçoar na área, mas não os encontrou. Dois anos depois, por conta própria, decidiu que começaria a fotografá-las gratuitamente. No ensaio mais recente, crianças e adolescentes representaram esportes olímpicos. Leonardo foi um dos modelos. Para Marileia, a fotografia pode se transformar numa forma de inclusão social e de combate ao preconceito contra crianças e adultos com deficiências.
Caminho do Bem
Fotógrafa cria projeto para valorizar crianças com deficiência
Para Mari Schmitt, criadora do Especiais do Bem, a fotografia pode se transformar numa forma de inclusão social e de combate ao preconceito
Mateus Bruxel
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