A emoção e a alegria tomaram conta de duas famílias envolvidas no reencontro de um filho com a mãe após 49 anos no sábado pela manhã, em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Sejanes Paulinho Santin, morador de São Lourenço do Oeste, em Santa Catarina, reencontrou a mãe biológica cuja busca mobilizava nos últimos meses os parentes adotivos e policiais civis dos dois Estados.
Sejanes, que tem limitação cognitiva, viajou para o Rio Grande do Sul com os familiares adotivos de Jaraguá do Sul, no Norte catarinense. Ele foi recebido pela mãe biológica Glória do Prado, 73 anos, e os parentes gaúchos que não conhecia.
– Foi muito emocionante. A mãe recebeu o filho com muito amor. Descobrimos uma família iluminada por Deus. Todos os filhos reunidos para receber o Sejanes. Ele agora tem seis irmãos e três sobrinhos. Foi o primeiro de muitos reencontros – festejou Maria Santin Camello, a Nina, irmã adotiva e uma das principais envolvidas na procura.
Em um vídeo, a mãe biológica disse que sonhou na noite anterior com o momento tão esperado. Ainda na frente da casa, Sejanes foi apresentado um a um aos parentes e recebeu o carinho na residência. Depois, passaram o dia juntos e também foram na Fundação Lucas de Araújo, em que Sejanes foi deixado para a adoção, há 49 anos. O padre local lembrou que Sejanes se chamava Paulinho.
"Você que é um filho adotivo lembre sempre que sua mãe biológica o carregou durante nove meses dentro do seu ventre. Lembre-se sempre que o perdão é a chave mais importante para se viver uma vida sem mágoas", publicou a irmã Nina em sua rede social.
A procura começou em julho e a história teve mais de 20 mil visualizações e centenas de compartilhamentos no Facebook. Houve ajuda de anônimos em buscas de nomes e endereços em cartórios, além do trabalho de policiais civis da Delegacia de Desaparecidos de Florianópolis e da Polícia Civil de Passo Fundo.
– Ele (Sejanes) não queria saber porquê a mãe o doou. Ele queria um abraço e um beijo e não palavras. Sejanes nos ensina a simplicidade do amor, do perdão, da união, da alegria e a determinação – destacou a policial Márcia Hendges, da Delegacia de Desaparecidos em Florianópolis.